Desde janeiro, mais de 500.000 pessoas chegaram às fronteiras externas da Europa fugindo de seus países, segundo cifras publicadas nesta terça-feira pela agência europeia Frontex.
A seguir, os números mais importantes da crise migratória na Europa.
Quantos migrantes e refugiados chegaram à Europa?
Segundo a agência europeia Frontex, mais de 500 mil migrantes chegaram às fronteiras externas da União Europeia (UE) entre janeiro e agosto de 2015, frente às 280 mil pessoas registradas no mesmo período em 2014. De qualquer forma, os números devem ser contrastados já que alguns refugiados podem ter sido contados duas vezes, primeiro ao chegar à Grécia e depois à Hungria.
Neste período, 106 mil pessoas foram resgatadas no Mediterrâneo, 6% a mais que no mesmo período em 2014.
A Organização Internacional para as Migrações (OIM) contabilizou que mais de 464.876 migrantes cruzaram o Mediterrâneo.
Segundo o informe publicado neste mês, 340.991 refugiados chegaram à Grécia, 121.619 à Itália, outros 2.166 à Espanha e 100 à Malta.
A organização com sede em Genebra acredita que 2.812 migrantes morreram no trajeto.
A Oficina do Alto Comissionado das Nações Unidas para os Refugiados, Acnur, que tem pessoal agindo localmente (efetivos en terreno) mas também incorpora dados da OIM e dos governos, mais de 411.567 pessoas chegaram à Europa pelo Mediterrâneo entre janeiro e 14 de setembro. O organismo da ONU, cujo sistema de coleção de dados é mais lento, contabiliza 2.900 pessoas mortas.
De onde vêm?
A maioria dos refugiados vem da Síria, onde uma guerra civil arrasa o país desde 2011. Mais de 250 mil pessoas morreram e mais da metade da população se viu obrigada a sair de sua terra natal. No país há mais de oito milhões de deslocados internos, enquanto quatro milhões de pessoas estão vivendo nos países limítrofes (Turquia, Líbano, Jordânia), a partir dos quais muitos tentam chegar à Europa.
Segundo a Frontex, os sírios constituem 75% dos recém-chegados às ilhas gregas.
Na Itália, chegaram 13 mil pessoas em agosto, cerca da metade que há um ano atrás. A maioria proveniente da Eritreia e de países da África Sub-saariana.
Segundo a Acnur, 50% do total daqueles que chegam pelo Mediterrâneo são sírios, 13% afegãos, 8% eritreus. Na Grécia, 70% dos migrantes são originários da Síria e 19% são afegãos.
Para onde vão?
A Alemanha calcula que receberá entre 800 mil e um milhão de solicitações de asilo em 2015, ou seja, quatro vezes mais que em 2014 e mais que qualquer outro país da União Europeia.
Munique, a principal porta de entrada na Alemanha, recebeu 63 mil refugiados na primeira quinzena de setembro. O fluxo está desacelerando com o restabelecimento dos controles no país.
Nesta terça-feira, os migrantes quebraram bloqueios na Sérvia, na fronteira com a Hungria, que foi fechada por Budapeste. Por sua vez, a ilha grega de Lesbos recebeu na semana passada cerca de 22,5 mil refugiados e migrantes, um número que equivale a um quarto de sua população.
Como serão distribuídos os migrantes na UE?
A Comissão Europeia propôs cotas para distribuir 160 mil refugiados que se encontram na Hungria, Grécia e Itália.
Na segunda-feira, os ministros do Interior da UE falharam em chegar a um acordo para dividir 120 mil pessoas em um prazo de dois anos, ainda que tenham validado um acordo forjado em julho para encontrar um destino para 40 mil pessoas.
Segundo as cotas propostas pela Comissão, de 120 mil refugiados, a Alemanha vai acolher 31.443, a França 24.031 e a Espanha 14.931.
Enquanto isso, o Reino Unido anunciou sua intenção de receber 20 mil refugiados em cinco anos.
* AFP