A folha de pagamento de setembro do funcionalismo foi gerada com corte de ponto dos servidores públicos grevistas. O governador José Ivo Sartori deve definir nesta segunda-feira se o desconto será, de fato, aplicado. Caso contrário, a Secretaria da Fazenda terá de gerar uma folha suplementar, com os valores que ficaram de fora dos contracheques.
Na última sexta-feira, as pastas da Educação, da Segurança, da Cultura, da Administração e do Meio Ambiente repassaram à Fazenda cerca de 25 mil registros de falta - 90% deles envolvendo professores.
Em agosto, governador determinou corte: "Falta é falta", afirmou na ocasião.
Abaixo, reveja o vídeo divulgado pela assessoria do governo do Estado no dia 18 de agosto, quando Sartori disse que cortaria o ponto dos servidores que paralisassem atividades:
O assunto será tratado na reunião do núcleo de governo, marcada para as 9h30min desta segunda, no Palácio Piratini. Ao longo da manhã, Sartori também deverá receber o secretário da Educação, Vieira da Cunha, para chegar a uma definição.
- A princípio, nossa determinação é cumprir aquilo que já foi dito pelo governador: presença é presença, falta é falta - afirmou ontem o secretário-geral de governo, Carlos Búrigo, referindo-se à advertência feita por Sartori em 18 de agosto, após anúncio de paralisação de três dias do funcionalismo.
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A pressão pelo recuo é grande. Na última quarta-feira, em reunião com Vieira da Cunha, a presidente do Cpers, Helenir Aguiar Schürer, entregou ofício solicitando o abono do ponto - do contrário, garantiu que o calendário escolar ficará pendente e que as aulas perdidas não serão recuperadas. Em resposta, Vieira prometeu levar a reivindicação a Sartori, e um novo encontro com os representantes do magistério ficou agendado para as 15h de hoje, na secretaria.
Nos bastidores, há uma divisão interna sobre como Sartori deve resolver o dilema. Para parte do secretariado, a redução nas remunerações não é o melhor caminho, levando em conta a já conturbada relação com o funcionalismo devido ao fatiamento dos contracheques. Já aqueles que defendem o corte entendem que a palavra do governador deve ser mantida para demonstrar coerência à sociedade.
Durante o dia, também deverão ser discutidas, no Palácio Piratini, as próximas ações para o reequilíbrio financeiro do Estado. A sexta fase do ajuste fiscal deverá propor a extinção de órgãos, empresas e departamentos e a revisão de incorporações de vantagens aos salários de servidores.