O final da noite de terça-feira se transformou em um pesadelo para uma família de Santa Maria. Por volta das 23h,um empresário, seus pais e a empregada ficaram sob a mira de revólveres e foram agredidos e ameaçados de morte por cinco bandidos que entraram na cada deles, na Região Centro-Oeste de Santa Maria.
Traumatizado com as ameaças e a troca de tiros dos bandidos com a polícia dentro de casa, o empresário aceitou conversar com o Diário nesta quarta-feira à tarde sem ter a sua identidade revelada nem o ramo de negócios que trabalha.
- Pensei que iam acabar com a minha vida. Agrediram meus pais, que têm mais de 70 anos - disse a vítima.
Confira a íntegra da entrevista com o empresário.
Diário - Como os bandidos entraram na sua casa?
Empresário - Minha mãe foi guardar o carro em uma garagem na frente de casa e, neste momento, renderam ela e a empregada. Eu e meu pai estávamos dentro de casa. Eles estavam entre cinco e entraram pedindo pelo meu nome e pelo cofre. Disseram que estavam nos monitorando há dois meses e apontaram a arma na cabeça da minha mãe e na minha.
Diário - Eles pediram pelo cofre. O senhor acredita que eles queriam apenas o dinheiro?
Empresário - Eles queriam dinheiro, ficavam perguntando onde estava o cofre e o ouro. Falavam: "Playboy, cadê o ouro e a pistola? Nós vamos te matar". Minha mãe abriu o cofre, e eles pegaram o dinheiro, as joias, relógio, iPhone, iPad... Mas eles queriam também o cofre da empresa. Foi quando eu liguei para o meu irmão, para ele vir abrir o cofre da empresa, e ele acionou a polícia. Um vizinho também viu na hora em que os ladrões passaram pelo pátio com a arma na cabeça da minha mãe e ligaram para a polícia.
Diário - Eles agrediram vocês?
Empresário - Eles me bateram bastante e também agrediram a minha mãe e o meu pai, que têm mais de 70 anos e estão traumatizados. Me ameaçaram dizendo que estavam na casa da minha namorada e que iam pegar ela também. Mas era mentira, fizeram para me ameaçar. Eles já têm vários homicídios nas costas.
Diário - O que aconteceu até a polícia chegar?
Empresário - Eu tenho certeza que eles aproveitaram a greve da polícia para agir. Pensaram que não ia dar em nada. Na hora em que a polícia chegou, eles tentaram fugir e começaram a atirar contra a polícia de cima do terraço da casa. Dois conseguiram fugir, e outros três ficaram dentro da casa. Os policiais começaram a atirar, e esses três foram atingidos. Na tentativa da fuga, um deles caiu na piscina, e os objetos que ele tentou roubar caíram na piscina também. Vieram mais de oito viaturas. Os policiais foram heróis. Entraram na casa sabendo que podiam ser baleados.
Diário - O que passou na sua cabeça durante a ação dos bandidos?
Empresário - Pensei que iam me matar, que iam acabar com a minha vida. Eles ficaram mais de uma hora dentro de casa, parecia que nunca iriam embora. Não tinha dinheiro que chegasse, joia, cofre, eles queriam tudo. Pensei que ia morrer. Eles estavam me ameaçando a toda hora.
Diário - O senhor já tinha sido assaltado em casa ou em sua empresa?
Empresário - Em casa não. Na empresa, já tinha acontecido assalto várias vezes. Um dos assaltos tinha a ver com um dos bandidos que assaltou a casa ontem. Em dezembro, nós recebemos uma ameaça e avisamos a Brigada Militar. Eles sabiam tudo da gente, nos conheciam, conheciam a rotina da casa. Nós temos algumas suspeitas.
Diário - Vocês pensam em continuar morando no mesmo lugar depois do acontecido?
Empresário - Vamos tentar nos mudar e ter segurança por 24 horas por um bom tempo. Já tínhamos monitoramento de casa, mas agora estamos pensando em escolta armada, guarda armada direto. É difícil você não conseguir ter liberdade, mas estamos com receio e medo.