O aumento do preço da gasolina e do diesel nas refinarias, anunciado terça-feira pela Petrobras, não deve ser percebido somente na hora de abastecer. Em um país onde a logística é fundamentada no transporte rodoviário de cargas, os impactos devem ser sentidos em todos os setores, conforme explica o presidente do Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas e Logística no Estado do Rio Grande do Sul (Setcergs), Afrânio Rogério Kieling. Para ele, o efeito cascata passa pela elevação do preço do frete.
- Tudo vai encarecer e todos serão afetados. Se o óleo diesel aumenta, nós temos que repassar. Não podemos segurar.
Embora o sistema de cálculos da Setcergs não esteja concluído, a estimativa é de que o preço do frete aumente em torno de 2%, mesmo que a elevação do diesel tenha sido de 4%.
No entanto, a crise econômica que vive o país tende a minimizar o efeito do reajuste do combustível, segundo o economista Flávio Fligenspan. Para o professor da Ufrgs, esse não é um bom momento para repassar o aumento ao consumidor final, sob pena de intensificar a retração do comércio e da indústria.
- As vendas estão caindo, e aumentar os preços só vai fazer a situação piorar. Diante deste panorama, onde uma força prega pelo aumento e outra, contrária, exige que se mantenha como está, eu vejo, no fim das contas, um aumento sutil.
O presidente da Setcergs concorda com a opinião do economista ao reconhecer o problema que se agiganta.
- Se aumentar demais os preços ninguém compra.
Últimos aumentos da Petrobras
Novembro de 2014
No final do ano passado, a Petrobrás anunciou alta da gasolina nas refinarias de 3% e do diesel, de 5%.
Fevereiro de 2015
A tributação incidente sobre a gasolina aumentou refletindo em um aumento da tributação será de R$ 0,22 para a gasolina e de R$ 0,15 para o diesel.
Agosto de 2015
O gás liquefeito de petróleo para uso residencial, envasado em botijões de até 13 kg, teve alta média de 15%.