O anúncio de que será o cortado o ponto dos servidores que aderirem à greve não foi bem recebido pelo funcionalismo estadual. A medida foi anunciada pelo próprio governador José Ivo Sartori pouco depois de as categorias aprovarem a paralisação de quarta a sexta-feira.
- Não muda nada. Ele não paga os salários e diz que vai cortar o ponto? O governador precisa de mais seriedade. Continuaremos no mesmo ritmo e, agora, com mais um agravante. Se o governo não pagar esses dias, poderá piorar ainda mais as coisas - ameaçou a presidente do Cpers-Sindicato, Helenir Schürer.
Presidente da Federação Sindical dos Servidores Públicos (Fessergs), Sérgio Arnoud, afirma que não foi surpresa para ele o anúncio do corte do ponto de grevistas:
- Na verdade o que o governo está fazendo é desafiar os servidores que estão tendo a lucidez de fazer uma greve de advertência de três dias. Muitos servidores queriam greve por tempo indeterminado, mas, em atenção à orientação do Movimento Unificado, acatamos esses três dias.
Arnoud disse, ainda, que a posição de enfrentamento dos servidores é muito forte, e a decisão do governo não irá abalar a categoria.
- Antes de cortar o ponto, ele (Sartori) vai ter que pedir a ilegalidade da greve. Nós entregamos uma pauta de reinvindicação para o governo do Estado em 16 de abril. Estamos em agosto e até o momento ele não se dignou a negociar - afirmou Claudio Augustin, presidente do Sindicato dos Servidores Públicos do Estado (Sindisepe).
Ainda conforme Augistin, o govenador não estaria cumprindo o que manda a Constituição Federal Brasileira, quando aos reajustes gerais dos servidores públicos, e não está garantindo o pagamento em dia como manda a Constituição Estadual, "apesar de inúmeras decisões judiciais".
Sartori foi taxativo ao dizer que ele mesmo pediu aos secretários para que recebam pelos próximos dias apenas aqueles servidores que forem trabalhar.
- Presença será presença, e falta será falta - afirmou em entrevista à imprensa no final da tarde desta terça-feira, no Palácio Piratini.
VÍDEO: Rosane de Oliveira comenta greve dos servidores estaduais