Delegados de polícia e oficiais da Brigada Militar definiram na noite desta quinta-feira medidas que serão tomadas enquanto o governo do Estado não pagar os salários do mês de julho. Entre elas, estão as determinações para que os servidores mantenham em funcionamento apenas ações ordinárias competentes a cada órgão e não participem dos desfiles cívico-militares em 7 e 20 de setembro, alegando contenção de gastos.
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De acordo com o presidente da Associação dos Oficiais da Brigada Militar (Asofbm), coronel Marcelo Frota, a postura corresponde a um "retraimento" dos oficiais da BM e delegados em relação "às carências do Estado". Similar à operação-padrão adotada pela Polícia Civil, a Brigada Militar fará a partir desta quinta-feira a Operação Legalidade.
- Não se pode fazer uma escala de serviço sem que haja uma previsão de pagamento. Do contrário, nossos policiais militares terão de cumprir as suas 40 horas e nada mais do que isso - afirmou o coronel.
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Outras medidas adotadas pelos oficiais serão não realizar operações em outros municípios - somente com pagamento adiantado de diárias - e colocar na rua somente o limite do efetivo, apenas para operações rotineiras.
- Essa diminuição deve ter efeito nas ruas, mas não por força das medidas adotadas pelos oficiais da BM. Será porque o governo não fez inclusão dos nossos efetivos e não disponibiliza horas extras, sem entrada de recursos - informou o presidente da Asofbm.
Os delegados de polícia seguirão com a suspensão de toda e qualquer ação e operação policial até a integralização do subsídio referente ao mês de julho, com exceção de casos graves e flagrantes de delitos. A medida, segundo a presidente da Associação dos Delegados de Polícia (Asdep), Nadine Anflor, foi motivada pelo parcelamento do salário da categoria.
- Nós não estamos rompendo com o governo, mas queremos diálogo. A polícia vinha trabalhando por esforço de cada policial. O que nos restava era o salário, e nos cortaram. Atingiram a nossa dignidade - lamentou.
Os delegados também vão suspender o sobreaviso por 30 dias, a partir do próximo dia 17. Já as ocorrências que podem ser registradas pela delegacia online, como perda de documento, acidente de trânsito sem vítima, furto simples, crimes contra honra, maus-tratos contra animais e perturbação de tranquilidade, não serão mais protocoladas nas delegacias de polícia.