Os Estados Unidos perderam no sábado um campeão da luta pelos direitos civis. O advogado, ex-parlamentar e ex-presidente da Associação Nacional para o Avanço das Pessoas de Cor (Naacp, em inglês) Julian Bond morreu na Flórida, aos 75 anos, mais de 50 deles dedicados à defesa dos direitos de afroamericanos.
A Naacp, comandada por ele de 1971 a 1979, definiu-o como uma das "mais apaixonadas e eloquentes vozes da causa da justiça". Em uma declaração divulgada pela Casa Branca, o presidente Barack Obama chamou-o de "um herói e, tenho o privilégio de dizer, um amigo".
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Bond nasceu no Tennessee, bisneto de uma escrava. Seu pai, Horace Mann Bond, queria vê-lo professor, mas ele se voltou muito cedo para o ativismo político e o jornalismo. Fez parte da primeira direção do Comitê Não-violento de Coordenação dos Estudantes (SNCC), um dos pilares das campanhas dos anos 1960 contra a corrida armamentista e o envolvimento americano no Vietnã.
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Eleito com outros sete negros para a Câmara Estadual da Geórgia em 1965, teve sua posse barrada por parlamentares brancos que o acusavam de "traição". Só assumiu o mandato um ano depois, por ordem da Suprema Corte. "Ele era profundamente comprometido em fazer de nosso país um país melhor", tuitou John Lewis, outro veterano daquela época, em memória do amigo.
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Luiz Antônio Araujo
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