O Pentágono revisou por conta própria a legislação humanitária internacional ao afirmar, em diretrizes lançadas em junho, que repórteres em zonas de conflito podem, em certos casos, ser tratados como "partes beligerantes não privilegiadas". Trata-se do mesmo status reservado a combatentes irregulares como os pertencentes à Al-Qaeda ou ao Estado Islâmico (EI), privados desde o governo George W. Bush das garantias previstas nas Convenções de Genebra e em seus protocolos adicionais. Segundo as leis de guerra, jornalistas são partes não beligerantes e devem ter integridade e direitos protegidos pelas partes em combate.
A nova onda do Pentágono foi criticada duramente em editorial de ontem do jornal The New York Times ("A Casa Branca deveria chamar o secretário da Defesa, Ashton Carter, a revisar essa seção que tão claramente contraria a lei e os princípios americanos", diz o texto). Ditadores como Bashar al-Assad, por sua vez, devem ter saudado a medida. Afinal, para eles, repórteres sempre estiveram divididos entre amestrados e espiões.
O ex-ministro da Defesa Celso Amorim fará palestra na UniRitter na quarta-feira, às 9h, no Auditório Master do Campus Zona Sul (Rua Orfanotrófio, 555, Porto Alegre). A entrada é gratuita e permitida até a lotação máxima do auditório.
Olhar Global
Luiz Antônio Araujo: Al-Assad deve ter aplaudido
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Luiz Antônio Araujo
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