Último imperador do maior período monárquico contínuo do hemisfério ocidental, Dom Pedro II é hoje uma figura tão divisiva na história brasileira e latino-americana como há 150 anos. Que as viagens internacionais do imperador tenham atraído tão pouco interesse até agora é apenas mais um indício de que nossa história ainda permanece presa aos dilemas do século 19, à mercê da construção de um projeto nacional inacabado.
É por isso que são preciosas iniciativas como a do historiador Roberto Khatlab, que lança o livro As Viagens de Dom Pedro II: Oriente e África do Norte, 1871 e 1876 (Saraiva). De nacionalidade brasileira e libanesa, Khatlab vive em Beirute, onde dirige o Centro de Estudos e Cultura da América Latina da Universidade Saint Sprit de Kaslik (Usek).
A obra cobre duas das três grandes expedições de Dom Pedro ao Exterior (entre as duas, foi aos Estados Unidos em 1876). Dessa experiência, deixou mais de 5,5 mil páginas manuscritas, muitas em idioma estrangeiro, hoje aos cuidados do Museu Nacional.
- Apresento neste livro Dom Pedro II como pioneiro das relações Brasil-Oriente Médio e grande divulgador do Brasil no Oriente. Apresento documentos inéditos, em árabe, que encontrei na região. Nosso imperador falava, lia e escrevia a língua árabe - afirma Khatlab, de Beirute, por e-mail.
Com a presença do autor, o livro terá lançamento nos dias 20 no Museu Imperial (Petrópolis), 21 no Museu Nacional (Rio), 27 no Clube Monte Líbano (Rio), 28 na Unip e 29 no Clube Sírio (ambos em São Paulo).
Olhar Global
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Luiz Antônio Araujo
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