É aguardada com expectativa a manifestação do primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, prevista para esta sexta-feira, sobre os 70 anos da capitulação do Japão na II Guerra Mundial. Nos últimos meses, gestos e declarações de representantes do governo japonês geraram críticas de vizinhos asiáticos.
Na mais rumorosa, o próprio Abe afirmou que não estava familiarizado com a Declaração de Potsdam, na qual os Aliados (Estados Unidos, União Soviética, Grã-Bretanha e França) exigiram de Tóquio a rendição incondicional. A resposta negativa do Japão foi apresentada pelos EUA como justificativa para os ataques nucleares a Hiroshima e Nagasaki.
Nagasaki lembra os 70 anos do lançamento da segunda bomba atômica
Em 1995, no 50º aniversário do fim da guerra no Oriente, o então premier social-democrata Tomiichi Murayama fez um pedido eloquente de perdão, recorrendo à expressão "profundo arrependimento". No 60º aniversário, Junichiro Koizumi, conservador como Abe, referiu-se a "dominação colonial", "agressão", "profundo remorso" e "desculpas". A declaração do atual premier sobre Potsdam foi alvo de recriminações por parte de líderes europeus como a chanceler alemã Angela Merkel.
Luiz Antônio Araujo: Hiroshima
A China e as Coreias do Sul e do Norte acompanharão com atenção o pronunciamento dessa sexta-feira. Invadidos e ocupados, esses países ressentem-se especialmente dos ataques japoneses contra a população civil. Calcula-se que o exército imperial tenha recrutado cerca de 200 mil chinesas e coreanas para atuar como escravas sexuais em bordéis.
Olhar Global
Luiz Antônio Araujo: a guerra vista de Tóquio
Leia a coluna Olhar Global desta sexta-feira em ZH
Luiz Antônio Araujo
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