A decisão do governador José Ivo Sartori de delegar a subordinados o anúncio do parcelamento dos salários do funcionalismo desencadeou uma torrente de críticas. Condenada por líderes sindicais e opositores políticos, a atitude também é alvo de reprovação entre especialistas.
Na última sexta-feira, coube ao secretário da Fazenda, Giovani Feltes, comandar a coletiva de imprensa que confirmou a medida radical. Sartori não apareceu.
- Foi um erro. Quem recebeu a maioria dos votos nas eleições foi ele, não o secretário - afirma a cientista política Céli Pinto, da UFRGS.
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Sartori limitou-se a divulgar na internet pronunciamento em vídeo. Depois, viajou a Curitiba para compromisso pessoal e só retornou domingo, quando postou um texto na internet. Falou em público apenas nesta segunda à noite.
- Em casos graves, é preciso agir logo. Não basta usar as redes sociais. Um líder precisa ser transparente - diz Patrícia Teixeira, especialista em gestão de crise e professora de assessoria de imprensa para políticos na Universidade de São Paulo (USP).
Na avaliação do consultor Ério Nascimento, docente do curso de pós-graduação em liderança estratégica de negócios e pessoas da ESPM-Sul, o fato de Sartori ter rompido o silêncio nesta segunda-feira não garante que consiga reverter a imagem negativa. A solução, segundo Nascimento, passa por atributos como "humildade e sabedoria".
- A recuperação sempre é possível, mas fica mais difícil - pondera.
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