Post-marathon blues. Um amigo, o Felipe Melnick, me falou disso semana passada. Os americanos, que dão nome pra tudo e pesquisam o impensável, pariram o termo. Deprê pós-maratona. Ou pós-corrida, numa interpretação mais aberta. Eu já senti. Você, que corre, já sentiu. Você, que fará a sua primeira prova no domingo, sentirá. É aquela tristeza que desaba sobre a gente depois que um grande desafio termina. Um vazio, um enorme sem-sentido. Uma falta de não-sei-o-quê. Um "sei lá, mil coisas".
Sentiremos isso na segunda-feira, depois que a endorfina baixar e os músculos apresentarem a conta pelo esforço.
Não há o que não haja, diria eu mesmo.
Quando li pela primeira vez a expressão post-marathon blues, minha reação foi desconfiar. Não, isso não existe. Depois comecei a me lembrar. Existe. E como. É a depressão pós-parto dos corredores. Só que a cura é mais fácil. É simples, mas contém seus perigos e armadilhas. A cura para a deprê pós-corrida é, imediatamente, começar a treinar para outra corrida. De preferência, uma mais difícil. A última do Felipe foi uma maratona no gelo da Groelândia. E ele agora está bolando uma outra loucura. Mas é segredo, por enquanto.
Faltam quatro dias para a Maratona de Porto Alegre. Hora de aliviar os treinos e de começar a fuçar nos sites de corrida para escolher a próxima. Eu já tenho uma em mente. Mas aceito sugestões. Boa prova pra todo mundo. Que o asfalto irregular de Porto Alegre transmita boas vibrações para as solas nos nosso cansados - mas felizes - pés.
***
Ritmo forte
Antes mesmo te acontecer, a Maratona de Porto Alegre desse ano já bateu um recorde: 7,5 mil inscritos. Ano passado, foram pouco mais de 4 mil. Especialistas no setor detectaram crescimentos que superam os 30% em outras corridas de rua realizadas em Porto Alegre.