Quando Carlos Alberto da Cunha Flores, o Kalu, e Elaine Serpa, mais conhecida como Mara, uniram-se para conversar sobre a possibilidade de fazer um brique na rua das próprias casas, nenhum dos dois imaginava a proporção que a ideia tomaria três meses depois. O sonho antigo de Mara tomou forma em pouco tempo, e hoje, é a felicidade dos moradores da Rua Manoel Ribas, na Vila Belga, em Santa Maria.
- Um dia eu acordei, e disse que queria movimentar a rua. Eu já tinha trabalhado em brique na gare. Falei para o Kalu e começamos a conversar com os moradores. Foi crescendo e agora está lindo. Estou feliz da vida. Tenho 63 anos e meu sonho foi realizado - diz, contente com o sucesso do Brique da Vila Belga.
E a felicidade se estende aos moradores de Santa Maria, que se encantam com a rua cheia de utensílios novos e usados e de muita gente no brique. Duas vezes por mês, a Manoel Ribas é tomada por centenas de visitantes e expositores, que trazem seu artesanato, sua arte, seus discos e livros, brechós e antiguidades para "briquear".
A primeira edição, em 8 de março teve 16, expositores, e para a próxima, mais de 200 já estão inscritos. Em função do crescimento do evento, a organização já conseguiu autorização para expandir o brique para outras ruas, caso seja necessário.
A ideia inicial era que apenas moradores expusessem seus produtos, mas já tomou dimensão muito maior. Moradores de cidades da região, como São Pedro do Sul, Dona Francisca e Faxinal do Soturno, vêm até a Vila Belga nos domingos do evento para levar um pouco de sua arte.
Comércio e trocas
Segundo Kalu, a ideia do Brique da Vila Belga é que seja como um Mercado das Pulgas, uma reunião para comercializar e até fazer trocas. Qualquer pessoa que tiver artesanato, discos e livros antigos, móveis ou outros utensílios pode comercializar. Uma das exigências para participar, de acordo com a organização, é que a pessoa leve uma produção própria, e que não seja uma revenda. Não é necessário muita burocracia, mas é importante que o participante vá em uma reunião e entenda os propósitos do evento, entre eles preservar o patrimônio histórico que é a Vila Belga (veja quadro para participar).
- Dá trabalho, é tumultuado, mas os moradores sentem o prazer depois, estão felizes que o brique esteja dando certo. Os vizinhos estão se unindo cada vez mais. Para nós tem sido muito emocionante. É recompensador - diz Kalu, que está à frente na organização.
O brique acontece no primeiro e terceiro domingo do mês. A próxima edição vai ser das 14h às 19h e promete muitas bancas e uma programação cultural rica, com oficinas e apresentação da banda Os Pé de Pano. Se chover, a edição do Brique será cancelada.
Saiba como participar
- A primeira exigência para participar do brique é que você venda algo que você mesmo produziu, ou, que não seja uma revenda - algo comprado só para vender no brique.
- Para se inscrever, ligue para (55) 9146-2039 ou 9970-0674, até a quinta-feira anterior ao evento.
- Os interessados participarão de uma reunião, onde serão apresentados ao regimento interno do evento e assinarão um termo de compromisso. O documento traz as regras básicas do brique, como recomendações para quem trabalha com alimentação, além da exigência de não esconder e não depredar o patrimônio histórico.
- Não há taxas para participar, e os vendedores não precisam dar porcentagem das vendas à organização.