Com o cenário cada vez mais claro de estagflação - quando há um aumento dos preços ao mesmo tempo em que a atividade econômica se retrai - , o Banco Central revisou para pior a previsão do Produto Interno Bruto (PIB) e da inflação para 2015. O BC acredita que o PIB deverá registrar retração de 1,1% no ano, frente a 0,50% da edição anterior. Para a inflação, o órgão aumentou a projeção de 7,9% para 9%. O cenário mais pessimista consta do Relatório Trimestral de Inflação (RTI) divulgado nesta quarta-feira.
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O recuo das estimativas foi puxado por uma expectativa menor de crescimento do setor industrial e de serviços, além de uma queda mais acentuada do que a prevista para os investimentos, a chamada Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF). A projeção do PIB da indústria passou de uma queda de 2,3% para 3% em 2015. O setor de serviços deve sofrer um recuo de 0,8% frente a previsão de alta de 0,1%. Por outro lado, o setor agrícola terá um desempenho melhor do que o estimado inicialmente, de 1,9% ante 1% da estimativa anterior.
Ainda de acordo com o relatório, o consumo das famílias deve ter uma queda de 0,5% em 2015, enquanto o consumo do governo deve recuar 1,6%. Já os investimentos, de acordo com o BC, terão uma queda de 7% ante estimativa anterior de 6%.
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Futuro
O governo tem falado que sinais de retomada da economia passarão a ser vistos no segundo semestre deste ano, tido pela equipe econômica como um "ano de transição". A retomada mesmo é aguardada apenas para o ano que vem. O BC revelou, no entanto, que sua estimativa para o crescimento do PIB em 12 meses até o final do primeiro trimestre de 2016 é um recuo de 0,8%
No mercado financeiro, no entanto, as previsões para o crescimento da atividade no ano que vem seguem positivas, mas a cada semana menores. No boletim Focus, a mediana para o PIB para 2016 é de um crescimento de 0,70%.
Em relação a inflação, a projeção do BC para 2016 é de alta de 4,8%. Uma queda frente a estimativa anterior de 4,9%. A promessa do BC é entregar a inflação na meta de 4,5% no fim de 2016.