O uso de fontes anônimas foi apontado como pecado capital do jornalista Seymour Hersh na reportagem "O Assassinato de Osama bin Laden", publicada no mês passado pela revista britânica London Review of Books.
O texto questionava a versão oficial americana sobre a morte do fundador da rede Al-Qaeda, ou seja, a tese de que os EUA haviam chegado a seu alvo por meio de inteligência. Conforme Hersh, Bin Laden era prisioneiro da inteligência paquistanesa e foi vendido por US$ 25 milhões.
É de se esperar que a manchete deste domingo do jornal britânico Sunday Times seja bombardeada pelo mesmo tipo de questionamento. Até o momento, estranhamente, não é o caso. Segundo o jornal, graças aos vazamentos promovidos pelo ex-técnico de inteligência Edward Snowden, Rússia e China conseguiram identificar agentes do MI6, o serviço secreto britânico no Exterior.
Ex-agente da CIA é condenado por passar informação a jornalista
Sob o risco de serem mortos, os agentes tiveram de fugir. Não está claro, segundo o texto, se os dois países "roubaram os dados de Snowden ou se ele voluntariamente entregou seus documentos secretos a fim de se manter em liberdade em Hong Kong e Moscou". A reportagem não oferece nenhuma informação além das atribuídas a fontes anônimas do governo.
Neste domingo, um dado errado já havia sido retirado da edição online: a de que o brasileiro David Miranda fora preso em 2013 "depois de se encontrar com Snowden em Moscou". Na época, segundo Greenwald, Miranda nunca havia se encontrado com Snowden nem viajado a Moscou.
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