Duas adolescentes suspeitas de matar uma menina em Alegrete, na última sexta-feira, serão encaminhadas nesta semana para o Centro de Atendimento Socioeducativo Feminino de Porto Alegre (Casef). O Case de Uruguaiana não possui ala específica para adolescentes do sexo feminino.
O juiz João Carlos Inácio, do Juizado da Infância e Juventude do município da Fronteira Oeste, decidiu pela manutenção da internação provisória da dupla, que é acusada por prática de ato infracional equiparada a homicídio qualificado.
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Conforme o Tribunal de Justiça (TJ-RS), a defesa das adolescentes terá o prazo de três dias para apresentação de Defesa Prévia e do rol de testemunhas. O Juizado da Infância e Juventude de Alegrete aguarda as peças do procedimento para apuração de ato infracional pela Delegacia de Polícia, que investiga o caso.
Segundo o juiz, a conduta das adolescentes causou abalo à ordem pública, especialmente pelo fato de "ter sido praticado contra vítima de apenas 12 anos e de forma brutal".
O caso
Duas adolescentes, uma de 15 e outra de 16 anos, foram detidas no domingo, suspeitas de terem atirado uma menina de 12 anos de uma ponte, em Alegrete. O corpo de Maria Eduarda Maia Benites foi encontrado boiando no Rio Ibirapuitã, com lesões no rosto e na barriga. A garota havia sido vista pela última vez por familiares na sexta-feira.
Segundo o delegado regional, Álvaro Oliveira Neto, as adolescentes foram apreendidas pela Brigada Militar, após comentarem para uma vizinha do bairro onde moravam, que bateram na menina e a jogaram da ponte. Em depoimento na delegacia, porém, a dupla alegou que a vítima se desequilibrou e caiu durante uma discussão. A morte ocorreu por volta das 20h30min de sexta-feira, mas o corpo só foi encontrado 24 horas depois, a dois quilômetros de distância do local da queda, após ser levado pela correnteza. A ponte tem cerca de 10 metros de altura.
A adolescente de 16 anos contou à polícia que o desentendimento teria sido motivado por ciúmes. Ela afirmou que Maria Eduarda teria um relacionamento com seu namorado. Ainda conforme a investigação, a adolescente de 15 anos teria ajudado a cometer o crime. De acordo com o delegado, as suspeitas, que não têm antecedentes criminais, estavam bastante calmas durante depoimento, e só se emocionaram após a chegada de familiares.