A filha do príncipe William da Inglaterra e de sua esposa Kate, que nasceu neste sábado em Londres, é a quarta na linha de sucessão da Coroa. Deste modo, o irmão de William, o príncipe Harry, ambos filhos do príncipe Charles e da falecida princesa Diana, se vê novamente deslocado e ocupará o quinto lugar.
A última mudança abrupta na linha de sucessão ocorreu em 1936, quando o rei Edward VIII, que queria se casar com a divorciada americana Wallis Simpson, abdicou em poucos meses a favor de seu irmão George VI, o pai da atual rainha.
A lista é bastante longa. O atual rei da Espanha, Felipe VI, ocupava por sangue o posto 576 em uma lista elaborada em 2011, ainda que não possa assumir a Coroa por ser católico (os reis ingleses são chefes da Igreja da Inglaterra, nascida de um conflito com o Vaticano).
Abaixo os 10 primeiros na linha de sucessão ao trono que agora é ocupado por Elizabeth II. A lei que dava prioridade aos homens sobre as mulheres foi abolida em 2011, mas se aplica aos nascidos antes desta data.
1. Príncipe Charles, príncipe de Gales (filho da rainha, nascido em 1948)
2. Príncipe William, duque de Cambridge (filho de Charles e neto da rainha, nascido em 1982)
3. Príncipe George de Cambridge (filho de William, bisneto da Rainha, nascido em 2013)
4. A princesa de Cambridge, nascida em 02/05/2015, que não teve o nome divulgado até o momento
5. Príncipe Harry de Gales (filho de Charles, neto da rainha e irmão de William, nascido em 1984)
6. Príncipe Andrew, duque de York (segundo filho da rainha, nascido em 1960)
7. Princesa Beatrice de York (filha de Andrew, neta da rainha, nascida em 1988)
8. Princesa Eugenie de York (filha de Andrew, neta da rainha, nascida em 1990)
9. Príncipe Edward, conde de Essex (terceiro filho da rainha, nascido em 1964)
10. James Mountbatten-Windsor, visconde de Severn (filho de Edward e neto da rainha, nascido em 2007)
O peso da tradição de um bebe real
William e Kate oferecem uma imagem de pais modernos, mas o protocolo em torno do nascimento de sua filha obedece às regras baseadas em tradições ancestrais.
- Houve um tempo em que o ministro do Interior devia assistir ao nascimento do bebê real para assegurar sua legitimidade. Esta tradição foi abandonada em 1936, após o nascimento da princesa Alexandra, prima da rainha Elizabeth II. William esteve presente, como fez com seu primeiro filho, e como fez antes o príncipe Charles (seu pai) e o príncipe Albert, marido da rainha Victoria.
- A rainha, o primeiro círculo da família real e os pais de Kate foram informados em seguida.
- Depois, os súditos de sua majestade receberam a notícia mediante uma mensagem na rede social Twitter, um comunicado à imprensa e com a proclamação assinada pelos médicos reais e divulgada no pátio do palácio de Buckingham.
- Para celebrar a boa nova, são disparadas salvas de canhão (62 a partir da Torre de Londres e 41 do Green Park, perto do palácio de Buckingham). A Union Jack será hasteada em todos os edifícios oficiais.
- O secretário pessoal da rainha informará os governadores gerais da Commonwealth.
- Os britânicos tiveram que esperar uma semana antes de conhecer o nome de William e um mês para o de Charles. O de George, primeiro filho de William e Kate, nascido em julho de 2013, foi conhecido publicamente dois dias após seu nascimento.
- Já se sabe que responderá pelo tratamento de "Alteza real, princesa de Cambridge".
- Será batizado pela Igreja anglicana, com uma réplica do vestido bordado e de cetim que foi usado pela filha mais velha de Victoria em 1841. O original não é usado desde 2004 para preservá-lo da ação do tempo.
- George foi batizado pelo arcebispo da Cantuária na Capela Real do Palácio de St. James, com água do rio Jordão - onde Jesus foi batizado por João Batista, segundo o Evangelho -, derramada sobre a mesma bacia de prata esculpida de flores de nenúfar usada por várias gerações pela família real.
- Os bebês reais têm em geral seis padrinhos. George teve sete, entre eles Zara Tindall, prima de William.
* AFP