De camisa branca em seu escritório no bairro Ponta Aguda, em Blumenau, Dalírio Beber (PSDB), o primeiro-suplente do senador Luiz Henrique da Silveira, retomou ontem a rotina de empresário do setor imobiliário.
Sob a guarda de nove tucanos, alguns de cerâmica colorida, outros entalhados em madeira, pousados na prateleira mais alta da estante na parede do fundo, reflete sobre a nova missão herdada repentinamente com a morte do peemedebista com quem estreitou os laços desde 2002 - quando aproximou os tucanos catarinenses de Luiz Henrique. Ele não faz planos e não fala de projetos ou bandeiras. Diz que o momento atual é de respeitar o luto oficial e que as conversas políticas acontecerão posteriormente.
Massarandubense, aos 19 anos escolheu Blumenau para viver e se mudou em busca de oportunidades. Formou-se em Direito e conheceu a vida pública como office-boy em uma diretoria da prefeitura de Blumenau. Passou mandatos sucessivos como servidor e cresceu, chegando a ocupar diretorias e secretarias. Em 1989 foi um dos fundadores do PSDB em Santa Catarina. Ajudou a difundir o partido no Estado, teve vários cargos de diretoria até chegar à presidência estadual da sigla, em 2003. No governo do Estado foi presidente da Agência de Fomento de Santa Catarina (Badesc) e da Companhia Catarinense de Águas e Saneamento (Casan). Hoje ocupa o cargo de presidente de honra dos tucanos catarinenses.
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Dalírio Beber não é exatamente um rosto conhecido da maior parte dos eleitores. Concorreu duas vezes. Em 1996 perdeu a prefeitura de Blumenau para Décio Lima (PT) e em 1998 ficou apenas com a suplência de deputado estadual. Mas se engana quem imagina que a participação dele é pequena: ele se fortalece como um homem de bastidores. Um de seus pupilos mais ilustres é o jovem prefeito Napoleão Bernardes, 32 anos, que foi acolhido por ele no PSDB de Blumenau ainda adolescente e que tem em Beber uma espécie de mentor.
Referência na articulação
Ele não fala claramente se vai ou não assumir como mais novo senador de Santa Catarina, mas respaldo político tem de sobra. Foi convidado por Luiz Henrique para a posição de suplente muito pelo apreço do peemedebista ao trabalho de articulação de Beber, um dos responsáveis por convencer o PSDB a compor a tríplice aliança que o levou ao primeiro mandato de governador. Beber é enfático ao dizer que não tinha interesse em assumir a vaga de titular.