Embora tenha avançado um pouco desde 2012, o Índice de Qualidade de Vida do trabalhador da indústria catarinense mostra que o Estado ainda tem desafios pela frente quando o assunto é bem-estar dos colaboradores. O levantamento do Sesi/SC, feito com mais de 6 mil pessoas e que será divulgado hoje no Global Healthy Workplace Awards & Summit, aponta que as empresas precisam investir mais para garantir um estilo de vida mais saudável aos funcionários.
Calculado com a soma dos itens estilo de vida, perfil do ambiente e condições de trabalho, o Índice de Qualidade de Vida (IQV) teve 6,32 como média em 2012, em uma escala de 0 a 10. Em 2015, a média foi de 6,36. O crescimento tímido está abaixo do esperado, porém mostra que o Estado está caminhando neste sentido, é o que defende o consultor do Sesi/SC Markus Nahas, um dos responsáveis pela pesquisa:
- Um bom crescimento é considerado em torno de 3% ao ano, o que daria 6,7, mas há contingências, como a crise econômica, que não se pode controlar. O IQV 2015 sinaliza que o Estado está caminhando, mas ainda falta conscientização das empresas ainda focadas em resultados imediatos.
Ele cita que embora o índice de Estilo de Vida do Trabalhador cresceu entre os catarinenses (de 5,77 passou para 5,9), ainda é preocupante, pois é considerado baixo. Os quesitos que merecem mais atenção da indústria de SC são controle de estresse, alimentação e exercícios físicos. Ele reforça que no item ambiente e condições de trabalho, embora a média seja mais positiva, há pontos de alerta e maior número de reclamações dos trabalhadores, como condições de ruído e temperatura (42% dos trabalhadores consideram ruim), oportunidade de crescimento profissional (28% consideram ruim) e oportunidades de lazer com a família (28% avaliaram negativamente).
Trabalho saudável é mais produtivo
Eloir Simm, diretor técnico do Sesi/SC e presidente da Associação Brasileira de Qualidade de Vida, afirma que o levantamento, que é feito exclusivamente em SC e por isso não permite comparações com outros Estados, é uma importante ferramenta para avaliar em quais setores focar:
- Precisamos investir no engajamento das lideranças e no compartilhamentos das boas práticas para promover estilos de vida mais saudáveis. Essas lideranças precisam compreender que um trabalhador competente e saudável é mais produtivo - afirma.
Glauco José Côrte, presidente da Federação das Indústrias de SC (Fiesc), afirma que o mais importante é que o Estado dispõe de dados que podem orientar as ações da indústria:
- No Brasil, 80% do total de afastamentos está relacionado com os estilos de vida dos trabalhadores. Mas está crescendo mais a percepção da importância de termos funcionários e ambientes de trabalho saudáveis. Essa é a melhor notícia dentro do quadro, mas ainda temos muito o que investir nesta área.
Confira o resultado nas principais cidades e regiões de SC