Informações de que grupos armados estão se organizando para mais um capítulo da guerra travada pelo tráfico de drogas em Porto Alegre colocou as polícias em extremo alerta para este final de semana. O estopim para novos enfrentamentos foi o assassinato de Cristiano Souza da Fonseca, o Teréu, ocorrido dentro da Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas (Pasc), na quinta-feira.
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Aliados do traficante que comandava o crime no Beco dos Cafunchos, na zona leste da Capital, estariam se preparando para atacar o grupo de Alexandre Goulart Madeira, o Xandi, morto em janeiro, no Litoral Norte. Teréu era investigado como possível mandante da execução de Xandi. Agora, há suspeita de que o grupo de Xandi articulou ataque a Teréu na Pasc. Ele foi asfixiado até a morte em um refeitório.
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Conforme o chefe da Polícia Civil, delegado Guilherme Wondracek, plantões nas delegacias próximas a áreas de risco estarão reforçados e equipes volantes ficarão de sobreaviso.
Até policiais federais receberam informes sobre a tensão entre os grupos. Desde a quinta-feira, rumores sobre possíveis ataques fizeram a Brigada Militar (BM) ampliar o policiamento no Beco dos Cafunchos e nas cercanias do condomínio Princesa Isabel, no bairro Santana, que era dominado por Xandi e onde houve comemoração com foguetes pela morte de Teréu.
Imagens mostram foguetório dentro do condomínio Princesa Isabel:
Nesta sexta-feira à tarde, dois homens e uma mulher foram presos em flagrante e um adolescente foi apreendido no Princesa Isabel com uma pistola 9 mm e tijolos de maconha. Enquanto isso, a cúpula da BM fazia uma reunião para planejar uma força-tarefa da corporação, que deve entrar em ação na semana que vem, como resposta à sequência de atos violentos que se espalharam na Capital e em outras regiões do RS.
Na Vila Cruzeiro do Sul haverá aparato extra da BM, pois é uma região de disputa entre os grupos e no local haverá um baile funk neste sábado.
No Beco dos Cafunchos, alunos não foram à escola
Por conta dessa instabilidade, a Escola Estadual de Ensino Fundamental Professor Sylvio Torres, onde Teréu cursou da 1ª a 4ª série, no bairro Agronomia, praticamente não recebeu alunos nesta sexta.
Na tarde de quinta, depois de a notícia da morte do traficante se espalhar, os pais decidiram buscar os filhos, e a escola fechou. No dia seguinte, o estabelecimento abriu normalmente, mas apenas 12 alunos do turno da manhã e um do turno da tarde apareceram.
- Abrimos para acolher filhos dos pais que trabalham, oferecer atividades e merenda, mas acho que só na segunda-feira a situação deve se normalizar. Estamos com apoio da Brigada. Nunca sofremos ameaças ou tivemos problemas - destacou a diretora Alcina Silva dos Santos, que desde 1979 atua na escola.
