Um dia depois de ter manobrado para incluir na Constituição o financiamento de partidos por empresas, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), afirmou na manhã desta quinta-feira que um modelo político sem doações privadas seria "praticamente impossível". Defensor da permissão legal para que empresas doem para campanhas políticas, ele disse ainda que o financiamento político no Brasil "nunca foi nem nunca será privado".
- Será público e privado - disse, argumentando que também são usadas dotações do Fundo Partidário.
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Cunha recebeu nesta manhã a presidente da Câmara dos Deputados da Itália, Laura Boldrini. Em recepção no salão nobre da Câmara, o peemedebista argumentou que o sistema eleitoral atual - proporcional, pelo qual um eleitor escolhe um candidato, mas acaba depositando um voto também na coligação - é incompatível com o financiamento exclusivamente público.
- Se a escolha (da Câmara) tivesse sido pela lista partidária, talvez o financiamento público tivesse vencido. Fica mais fácil o financiamento (público) direcionado a partidos, já que não teria campanha para cada candidato, e sim para os partidos - declarou Cunha.
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Mas, pelo sistema proporcional, o uso apenas de verba pública é "praticamente impossível", disse o deputado.
- Com tantas candidaturas atuais, o volume (de recursos) seria enorme. Até a própria distribuição (do dinheiro) geraria uma crise e seria difícil chegar a um consenso - concluiu o peemedebista.