Uma decisão da Justiça argentina reduziu a pena de um homem condenado por abusar de um menino de seis anos. O agressor, que havia sido denunciado pela avó do menino, em 2010, era dirigente do clube Florida de Loma Hermosa, na Grande Buenos Aires, e levava as crianças para jogar futebol. As informações são da Folha de S.Paulo.
O homem havia sido condenado a seis anos de prisão, mas conseguiu o relaxamento da pena no ano passado. Agora, ele acaba de ser libertado, segundo a imprensa local. Os juízes Horacio Piombo e Benjamín Sal Llargués, que decidiram pela redução, argumentaram que o menino havia sido abusado antes, supostamente pelo pai e, por isso, não caberia o agravante.
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- Podemos considerar que esse agravante se dispara apenas uma vez, quando a pessoa é iniciada na prática aberrante - afirmou Piombo em entrevista a uma rádio local, nesta segunda. - A decisão parte do princípio de que o tremendo, o ultrajante havia ocorrido com o pai [do menino].
A crítica aos juízes aumentou depois que sugeriram que o menino tinha traços de "travestismo", provocado pelo abuso do pai.
- Nós não decidimos em absoluto em uma questão de fé de que a pessoa era gay, nada. Simplesmente que havia ocorrido um fato e que, como consequência de essa experiência, havia deixado no menor marcas de travestismo, de uma conduta que realmente tínhamos que ter em conta em um processo cujo objetivo processual é julgar uma pessoa, não ao menor, não à sociedade, não ao pai, mas a uma pessoa que cometeu atos impudicos com o menor - afirmou o juiz na mesma entrevista.
As insinuações revoltaram as lideranças do movimento gay e de direitos humanos, que repudiaram a decisão dos juízes e afirmaram que iriam tentar reverter a liberação do agressor.
Em entrevista na tarde desta segunda, a tia do menino informou que ele não conviveu com o pai, que foi preso por abuso de outro menor. Segundo a tia, o menino foi abandonado ainda bebê pelo pai e foi criado pela avó.