Terminou por volta das 18h desta terça-feira o júri popular que condenou Valeri Luiz Dotto, 57 anos, acusado de matar a sua mulher, Lenira Oliveira, em 2008. O julgamento ocorreu no Fórum de Santa Maria e durou cerca de nove horas. Dotto foi condenado há 16 anos de prisão em regime fechado.
O advogado de acusação, Pedro Corrêa, está satisfeito com a sentença:
- A família queria justiça, confiou no meu trabalho e estou satisfeito com a sentença condenatória.
Os advogados de defesa, Daniel Tonetto e Leonardo Sagrillo Santiago, vão recorrer:
- Vamos recorrer, sem dúvida alguma - adianta Tonetto.
Antes do início do júri, por volta das 9h, os familiares da vítima fizeram um protesto em frente ao Fórum, com fotos e cartazes pedindo justiça. O crime ocorreu no dia 1º de maio de 2008, na casa onde Lenira vivia com o marido e um enteado, na Rua Venâncio Aires, no bairro Passo D'Areia, em Santa Maria. Lenira tinha 52 anos, era casada com Dotto há 16 anos e foi encontrada morta com uma facada na região do tórax.
Em um primeiro momento, a polícia trabalhou com a hipótese de latrocínio (roubo com morte), mas, no decorrer das investigações, descobriu-se que Dotto havia feito um seguro de vida em nome de Lenira, no dia 10 de abril de 2008, no valor de R$ 275 mil, cujo único beneficiário era ele. Dotto não chegou a receber o dinheiro do seguro. Com o novo fato, o caso teve uma reviravolta, e Dotto foi indiciado pela Polícia Civil e denunciado pelo Ministério Público.
O empresário já havia sido julgado pelo crime em 5 de julho de 2011, porém, na época, foi absolvido. Os então advogados de defesa Antonio Carlos Porto e Silva, Daniel Tonetto e James Tiago Coelho utilizaram como tese a negativa de autoria do crime.
No entanto, o promotor no primeiro julgamento, Joel de Oliveira Dutra, entrou com pedido na Justiça de um novo julgamento porque acreditava que a decisão dos jurados havia sido contrária às provas do processo, que apontariam somente o empresário como suspeito. Em 2008, Dotto chegou a ficar preso por alguns dias, mas acabou sendo solto.
O julgamento contou com sete novos jurados e com o promotor Alexandre Salim.