Milhares de miseráveis africanos têm arriscado a pele na tentativa de atravessar o Mar Mediterrâneo e chegar à Europa. Oprimidos, vítimas de guerras, doenças, fome e perseguições religiosas, buscam a salvação. É questão de vida ou morte. Muitos não resistem às agruras da viagem e morrem de exaustão pelo caminho. Outros encontram o fim no naufrágio dos barcos superlotados que os transportam. Embarcações que lembram os horrores dos tempos da escravidão. Um atentado à vida patrocinado por traficantes inescrupulosos, que cobram caro pela travessia e, não raro, deixam homens, mulheres, velhos e crianças entregues à própria sorte.
As condições de viagem são de tal forma perigosas que mais de 16 mil pessoas morreram nas fronteiras europeias desde 1988, sendo que 9 mil desapareceram no mar. Mais próximos da África, os países do Sul da Europa, principalmente a Itália, são os mais visados para os desembarques. Somente no último fim de semana, a guarda costeira italiana resgatou das águas do Mediterrâneo cerca de 6 mil africanos. É um drama humanitário que exige uma ação coordenada dos 28 países integrantes da Europa.
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