Há quatro meses, usuários do Terminal Triângulo, na Zona Norte da Capital, esperam pelos seus ônibus ao relento. No dia 20 de dezembro de 2014, um temporal com fortes ventos atingiu o local, levando embora parte da cobertura.
A demora na solução irrita os passageiros. O problema é recorrente: de dezembro de 2004, quando foi inaugurado, até janeiro de 2013, quando foi concluída a cobertura (que custou R$ 169 mil), não havia proteção em toda a extensão do terminal, o que era motivo de queixa da população.
Agora, mais uma vez, os passageiros estão expostos ao clima.
- O último temporal levou tudo! Tinha gente aqui, foi entre 9h e 10h - recorda o motorista Wenceslau Machado, 34 anos.
Passam diariamente pelo local cerca de 44 mil pessoas. O Triângulo é o segundo maior terminal de ônibus de Porto Alegre, ficando atrás apenas do Terminal Rui Barbosa/CPC, no Centro.
"Está horroroso"
Acostumado a pegar ônibus entre Cachoeirinha e a Zona Norte de Porto Alegre, o mecânico de eletrodomésticos Estevão Casemiro, 56 anos, tem acompanhado o sucateamento do terminal e a falta de providências da EPTC. Vê os passageiros amontoados, disputando as áreas cobertas, ou sob guarda-chuvas, mesmo debaixo da cobertura da estação.
- Está horroroso, bem descuidado. Isso aqui é o mesmo que estar ao relento. O vento arrancou tudo. Colocaram telha de plástico, mas tinha que ser de zinco - opina Estevão.
A EPTC informa que a estrutura da cobertura conta com telhas de metal e policarbonato transparente.
Segundo o usuário, o temor quando o tempo fecha é justamente o risco de novos destelhamentos.
- Se bater outro vento forte, pode até matar alguém - observa Estevão, preocupado.
Avaliação sai em 45 dias
O diretor de operações da EPTC, Marcelo Soletti, recorda que no dia 20 de dezembro de 2014 um temporal com ventos de mais de 100km/h atingiu a Zona Norte e destelhou parte da cobertura do terminal. Na época, foi providenciada a limpeza do local e retirada das telhas soltas.
No início de janeiro, a prefeitura fez uma avaliação dos danos e percebeu que há um princípio de corrosão da parte metálica (que sustenta o telhado).
Como o terminal tem mais de dez anos, a prefeitura julgou necessário contratar uma empresa especializada para fornecer um laudo avaliando toda a cobertura. O pedido está em processo licitatório e deve custar R$ 20 mil. O laudo deve ficar pronto em 45 dias e só depois disso será possível precisar o tamanho do prejuízo e qual a solução. Se a estrutura metálica estiver em condições, serão repostas as telhas.
Marcelo esclarece que nesta semana será feita uma nova vistoria para retirada de possíveis telhas que estejam soltas.
Elevadores geram queixas
O professor Fabrício Kayser, 38 anos, cita as más condições dos elevadores:
- Tem elevador que não funciona há dois anos - diz, sobre o acessado pela Avenida Baltazar de Oliveira Garcia, que ontem pela manhã estava interditado com cavalete.
A EPTC informa que o equipamento está operando normalmente. A empresa que realiza serviço de monitoramento e vigilância desligou o elevador à noite pois temia atos de vandalismo. Ainda ontem foi ligado.
A EPTC disse ter alertado a empresa para que isso não se repita.