Veja imagens da destruição causada pelo terremoto no Nepal:
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Impotente. Foi assim que o brasileiro Daniel Confortin, 34 anos, definiu seu sentimento diante do terremoto que devastou o Nepal, onde mora há 10 meses. Ele e a namorada, a designer Alana Lourenzi, 27 anos, foram testemunhas do tremor de terra que matou pelo menos 4 mil pessoas, deixou desabrigados e destruiu prédios históricos.
- Grande parte do que aprendemos a amar em Katmandu (pessoas e paisagem) só existe na história agora, o trabalho é ressurgir das cinzas a cada momento - desabafa Confortin.
O casal mora em Katmandu, capital do país, mas estava em deslocamento para Pokhara, cerca de 200 quilômetros distante, quando o terremoto aconteceu.
- Sentimos um forte abalo durante o trajeto, quando paramos para almoçar. Naquele momento não fazíamos ideia da magnitude da tragédia - relatou Alana.
- Agora que estamos nos dando conta do que realmente aconteceu. Você se sente completamente impotente, pela própria fragilidade, e também pelo fato de não poder ajudar os demais - completou Confortin, estudante de mestrado na Universidade de Katmandu.
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Ele relata que Pokhara não foi muito afetada, mas há relatos de mortes e propriedades destruídas. Já Alana conta que a cidade ainda tem água e energia, mas está com a internet precária. Mesmo assim, o casal conseguiu avisar familiares e amigos que estavam seguros, e postar pedidos de ajuda ao país nas redes sociais. Após o terremoto, eles sentiram mais pelo menos dois tremores.
- O pavor é tremendo durante os tremores. Até onde sabemos, eles tendem a diminuir. Não sentimos mais nada nas últimas 20 horas e a noite foi relativamente tranquila - relatou Confortin.
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Presos em Pokhara desde o terremoto, por causa das estradas que ruíram, o casal pretende voltar para Katmandu na terça-feira. Confortin relata que eles desejam levar mantimentos à cidade, para tentar auxiliar amigos e vizinhos.
- O grande problema agora são as condições precárias das construções, falta de água e comida - relatou o estudante.
Brasileira Alana Lourenzi (centro) testemunhou o terremoto
Foto: Arquivo Pessoal, Reprodução Facebook
- Celulares e telefones fixos não estão funcionando em Katmandu. Temos acompanhado à distância o processo de resgate e mantido contato com poucos amigos que ainda conseguem se comunicar a partir da capital - lamentou Alana.
Casal tenta localizar brasileiros
A carência de informações oficiais e as dificuldades de comunicação no Nepal têm deixado as famílias dos brasileiros que estão no país em desespero. Muitas não conseguiram contato com os parentes, e aguardam ansiosamente por informações. Diante do drama, Confortin e Alana têm dedicado seu tempo na busca por conterrâneos.
- Estamos tentando ajudar na busca dos brasileiros desde o dia da tragédia, mas nossa condição é muito precária e restrita - relata Confortin.
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O casal ficará mais duas semanas no Nepal, mas afirma que pretende atuar em qualquer ação de auxílio a sobreviventes, principalmente os desabrigados de Katmandu.
Como se informar sobre doações
Para quem quiser ajudar os atingidos pelo terremoto, o casal recomentou a página Ajuda Nepal, site brasileiro colaborativo
em apoio ao país. Nele, há uma lista de organizações que recebem doações.
Veja fotos da destruição causada pelo terremoto:
Terremoto foi o mais violento em 80 anos
O terremoto de 7,8 graus de magnitude é o tremor mais violento dos últimos 80 anos no Nepal, segundo o balanço mais recente do departamento de gestão de catástrofes do ministério nepalês do Interior.
O número de mortos sobe a cada hora desde sábado. A última atualização, por volta das 23h desta segunda, indica que pelo menos 4.310 pessoas morreram, incluindo 18 na avalanche ocorrida no Monte Everest. Na Índia, o balanço de mortos chega a 56 e, na China, mais de 20. O número total de feridos passa de 8 mil.
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