As negociações para evitar que o Irã produza a bomba nuclear entraram em uma nova fase decisiva nesta quarta-feira, com alguns avanços, mas com vários obstáculos para alcançar um acordo.
Depois do fim do prazo, fixado para a meia-noite de terça-feira, para estabelecer os princípios do que os negociadores esperam que seja um acordo histórico, a maratona de reuniões em Lausanne (Suíça) foi interrompida por algumas horas durante a noite.
As negociações ficaram "paralisadas em várias questões importantes", afirmou um diplomata alemão.
Nesta quarta-feira, as grandes potências e o Irã entraram no sétimo dia de negociações. A China pediu que as duas partes aceitem concessões.
O chefe dos negociadores sobre o programa nuclear do Irã, Abbas Araghchi, afirmou que ainda existem problemas.
Em uma entrevista ao canal estatal iraniano, Araghchi explicou o que trava as negociações.
- Até que tenhamos soluções para todos os problemas não podemos chegar a um acordo completo - afirmou, antes de mencionar que os principais pontos bloqueados são os relativos às sanções e à pesquisa e desenvolvimento nuclear.
Araghchi destacou que durante a tarde um comunicado conjunto deve ser divulgado para explicar os avanços dos últimos dias.
- Conseguimos avanços importantes nos últimos dias, mas lentamente - disse o ministro britânico das Relações Exteriores, Philip Hammond, que afirmou "cruzar os dedos" por um sucesso nas negociações, que segundo ele registraram avanços "notórios".
O ministro russo das Relações Exteriores, Serguei Lavrov, afirmou à imprensa russa que as grandes potências chegaram a um "acordo de princípio sobre todos os aspectos-chave do acordo final".
Mas o chanceler da China, Wang Yim, afirmou em um comunicado que "todas as partes devem estar preparadas para ceder um pouco para poder alcançar um acordo.
O grupo 5+1 (Estados Unidos, China, França, Grã-Bretanha, Rússia e Alemanha) tenta alcançar um acordo que sirva de base para um futuro pacto que inclua todos os detalhes técnicos, que seria assinado até 30 de junho, para impedir que o Irã produza armamento nuclear.
O primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu pediu à comunidade internacional deve obter um acordo melhor com o Irã.
- Agora é quando a comunidade internacional deve insistir em obter um acordo melhor - declarou Netanyahu, antes de advertir que as concessões feitas ao Irã em Lausanne podem resultar em um "acordo ruim que colocaria em perigo Israel, o Oriente Médio e a paz no mundo".
Ao final da reunião em Lausanne na véspera, o presidente Barack Obama reuniu-se em Washington com seus assessores do Conselho de Segurança Nacional para analisar o resultado das negociações.
- O presidente foi posto a par do avanço das negociações pelos secretários (de Estado, John) Kerry e (da Energia, Ernie) Moniz, assim como por outros membros da equipe de negociações de Lausanne - disse a porta-voz do Conselho, Bernadette Meehan, acrescentando que Obama agradeceu aos negociadores por seus esforços.
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