O Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP), a pedido do Ministério Público Estadual (MPE), voltou a investigar o caso Isabella Nardoni - menina que, em 2008, aos 5 anos, morreu após ser jogada do 6º andar do prédio onde viviam seu pai, Alexandre Nardoni, e sua madrasta, Anna Carolina Jatobá.
A decisão foi tomada depois que uma funcionária do sistema penitenciário de São Paulo declarou, há quatro meses, que o advogado Antônio Nardoni, avô da menina, pode ter participação no crime. O DHPP recolheu um segundo depoimento semelhante, prestado por uma carcereira do Presídio de Tremembé, onde Anna cumpre pena.
Leia outras notícias sobre polícia
Os dois relatos das funcionárias afirmam que Anna Carolina e o marido, Alexandre Nardoni, teriam decidido atirar a menina pela janela após um conselho do pai dele, Antônio Nardoni. O casal teria ido ao supermercado, com Isabella, e na volta para casa, já no carro, a madrasta começou a agredir a menina.
De acordo com os depoimentos, quando eles chegaram ao apartamento, na zona norte de São Paulo, pensavam que a menina já estaria morta. Foi quando, segundo as funcionárias, Anna decidiu ligar para o sogro. Ele teria dito para "simular um acidente".
- Senão vocês vão ser presos - teria sido a justificativa de Antônio Nardoni.
Confira as últimas notícias do dia
Nos últimos quatro meses, o DHPP ouviu oito funcionários da penitenciária - desses, apenas as duas relataram ter conhecimento dessa versão. Uma nova testemunha deve ser ouvida nos próximos dias. O delegado Zacarias Tadros afirmou que Anna Carolina e Antônio Nardoni também devem ser convocados a depor.
Quando o caso foi julgado, em 2010, a versão dos promotores relatava que a menina foi asfixiada em 29 de março de 2008 pela madrasta e, depois, jogada pela janela do 6º andar pelo pai, Alexandre Nardoni. Anna Carolina foi condenada a 26 anos e Alexandre a 31 anos de prisão. Se for confirmado o envolvimento de Antônio, as penas de ambos podem ser revistas.
Por decisão da família Nardoni, o advogado Roberto Podval, que defende o casal preso, não deve manifestar-se sobre as novas denúncias.
* Estadão Conteúdo