Morreu nesta sexta-feira, aos 91 anos, a crítica de teatro Barbara Heliodora.
Ela estava internada desde 23 de março no Hospital Samaritano, no Rio de Janeiro, em condição "delicada" que não foi divulgada.
Barbara foi uma das líderes na modernização da crítica teatral no Rio de Janeiro, através do Círculo Independente de Críticos Teatrais. Foi considerada a maior crítica de teatro do país, temida, odiada e amada por profissionais do tablado por seus textos, muitas vezes ácidos, publicados em jornais como O Globo, Jornal do Brasil e Estado de S. Paulo. Em 2013, anunciou o fim de sua carreira como crítica no Rio de Janeiro. Estudiosa da obra de William Shakespeare, traduziu algumas das peças do dramaturgo para o português e lecionou na Universidade Federal do Rio de Janeiro, onde era professora emérita.
Em entrevista a Zero Hora, aos 90 anos, Barbara comentou casos de sua carreira, como quando foi barrada por um diretor na entrada de uma peça:
- Certa vez, eu estava chegando para um espetáculo de um diretor paulista que eu nem conhecia. Ele parou na minha frente e disse: "Se a senhora não gosta do meu trabalho, o que veio fazer aqui?". Eu disse: "Prefere que eu vá embora?". Ele: "Prefiro". Dei até logo e fui. Quando cheguei em casa, a produção da peça estava me telefonando desesperada para eu não deixar de ir. Fui no dia seguinte ou algo assim.
Foi condecorada pelo Ministério da Cultura da França com a Ordre des Arts et des Lettres e, no Brasil, pela Academia Brasileira de Letras, conquistando a medalha João Ribeiro.