O Ministério Público do Rio Grande do Sul (MP-RS), com o apoio da Brigada Militar, cumpre 18 mandados de busca e apreensão e sete de prisão preventiva em mais de dez municípios gaúchos, na manhã desta terça-feira. Batizada de Conexion, a operação foi desencadeada a partir de denúncias da existência de um cartel formado por empresas do ramo da coleta do lixo.
De acordo com a Promotoria de Justiça Especializada Criminal do MP, o grupo de empresários fraudaria processos licitatórios e faria a divisão de mercado de atuação de cada empresa, eliminando o caráter competitivo do mercado.
Depois de sete meses de investigações com escutas telefônicas, os mandados são cumpridos em Porto Alegre, Alvorada, Santo Antônio da Patrulha, Tramandaí, Torres, Novo Hamburgo, Igrejinha, Canela, Taquara, Carlos Barbosa, Paraí e Arroio do Meio.
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Na associação denominada Agelurb (Associação Gaúcha das Empresas de Limpeza Urbana), fundada pelos grupo de empresas, com sede em Novo Hamburgo, ela realizava a divisão do mercado e se determinava qual empresa seria a vencedora da próxima licitação ou alvo de contratação emergencial por parte de algum município.
Entre as empresas que fariam parte do esquema estão: Mecanicapina e WK Borges, de Porto Alegre; Onze Construtoria de Urbanizadora, Brisa Transportes e Trans Ambiental, de Tramandaí; Geral Transportes, de Canela; Biomina e Camaro, de Taquara; Komac Rental, de Torres; Eco Limp, de Santo Antônio da Patrulha; Biasoto & Cia, de Carlos Barbosa, e Reciclagem Adeva, de Paraí.
Foto: Ministério Público, divulgação
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CONTRAPONTOS
Por meio de nota, o Grupo Mecanicapina (das empresas Mecanicapina e W. K. Borges) afirmou que "jamais pactuou com qualquer tipo de ilicitudes" e que "irá empreender todas as medidas cabíveis para que a verdade dos fatos prevaleça", colaborando com a investigação.
A secretária da Onze Construtora e Urbanizadora relatou que apenas os diretores poderiam falar sobre a operação, mas eles não estavam na empresa à tarde. A companhia não disponibilizou telefones ou e-mails para contato com os responsáveis.
Também não havia nenhum responsável pela Brisa Transportes no local à tarde. Zero Hora entrou em contato com a empresa por e-mail e ainda aguarda resposta. Na Geral Transportes e na Biasotto, ninguém atendeu as ligações da reportagem. O jornal entrou em contato com a Biasotto por meio do formulário de atendimento disponível no site da empresa, mas ainda não recebeu retorno.
A reportagem não conseguiu localizar contatos das empresas Trans Ambiental, Biomina, Camaro, Komac Rental, Eco Limp e Reciclagem Adeva na internet. Essas empresas também não possuem telefones registrados no site TeleListas.Net.
* Zero Hora