Poucos brasileiros conhecem tão bem as entranhas do Judiciário como o ministro Gilson Langaro Dipp. Defensor da transparência e da independência dos magistrados, este gaúcho de Passo Fundo promoveu na função de corregedor nacional de Justiça uma auditoria nos tribunais do país. Traduziu em números e exemplos as falhas do sistema e apontou metas para corrigi-las.
- O Judiciário precisa estar perto do cidadão -repete o ex-magistrado.
Aposentado desde setembro de 2014, quando completou 70 anos de idade e 25 de magistratura, Dipp dedica as novas horas livres à família, sem abandonar o Direito. Dá palestras, faz estudos e prepara livros sobre a lei anticorrupção e a delação premiada, termo da moda com a Operação Lava-Jato.
Dipp tem muito a contar e ensinar. Além de corregedor, foi desembargador, ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ) por 16 anos, ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), presidente do grupo que elaborou o anteprojeto do novo Código Penal e integrante da Comissão Nacional da Verdade (CNV). Experiência suficiente para reconhecer avanços, mas também para dizer sem titubear que o Judiciário "ainda está deixando muito a desejar".
Com a palavra
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