A polícia acredita ter matado neste domingo o suposto autor dos dois ataques registrados no sábado em Copenhague, um contra um um centro cultural onde era realizado um debate sobre o Islã e liberdade de expressão e outro contra uma sinagoga, nos quais morreram duas pessoas e cinco ficaram feridas.
- Acreditamos que um mesmo homem é o autor dos dois tiroteios e também que a pessoa abatida pela polícia é a que estava por trás dos dois ataques - afirmou o porta-voz da polícia, Torben Moelgaard Jensen.
Segundo Jensen, a localização do suposto terrorista se deu graças às informações de um motorista de táxi que o achou parecido com a foto divulgada pelas autoridades. Os motivos dos ataques ainda não estão claros, nem houve qualquer reivindicação por parte de grupos extremistas.
Um cidadão de 55 anos morreu no sábado à tarde no tiroteio contra o centro cultural de Krudttonden, e um jovem judeu perdeu a vida no início deste domingo no lado de fora da sinagoga de Krystalgade, a mais importante da idade. Cinco policiais ficaram feridos nos ataques.
Agentes das forças de segurança localizaram e mataram o suspeito no bairro popular de Norrebro. O homem, que supostamente atuou sozinho, abriu fogo contra os policiais ao ser interpelado.
As autoridades difundiram uma foto, aparentemente capturada de imagens de vigilância, de um homem usando uma jaqueta escura e um capuz vinho. Ele foi descrito como um homem entre 25 e 30 anos, alto e de constituição atlética. O homem que morreu no centro cultural tinha 55 anos e não teve a identidade revelada.
Como foi o ataque ao centro cultural
O atentado contra o centro cultural aconteceu rápido e foi violento. O homem, armado com uma pistola metralhadora disparou contra os participantes do debate "Arte, blasfêmia e liberdade".
O esquema de segurança foi reforçado pela presença de Lars Vilks, o cartunista sueco conhecido por suas controvertidas charges do profeta Maomé e que participava no evento. Mas a presença policial não impediu que o atirador disparasse contra as dezenas de pessoas presentes, matando um homem e ferindo os três policiais.
Em um primeiro momento, em meio à confusão, a impressão que se tinha é de que havia dois agressores, o que foi descartado.
O atirador fugiu rapidamente a bordo de um Volkswagen Polo. Dois quilômetros depois, o agressor abandonou o carro e desapareceu. Mas ele foi registrado pelas câmeras de segurança e, a partir disso, uma foto foi postada na internet.
No debate, participavam o embaixador da França, François Zimeray, além de Vilks, provável alvo do ataque classificado como um ato terrorista pela primeira-ministra dinamarquesa Helle Thorning-Schmidt.
- A Dinamarca sofreu neste sábado um ato de violência. Tudo indica que o tiroteio foi um ato político e, portanto, um ato terrorista - declarou, em um comunicado.
O presidente francês François Hollande expressou à premiê dinamarquesa "toda a solidariedade da França".
Como foi o ataque à sinagoga
Michael Gelvan, presidente do Conselho de Segurança Judeu Nórdico, informou que o jovem morto no ataque à sinagoga era o encarregado do controle de acesso ao prédio, onde era realizada uma cerimônia.
- A polícia estava no local. Apareceu uma pessoa e começou a disparar - contou o porta-voz da polícia, Allan Teddy Wadsworth-Hansen.
O embaixador francês, que se encontrava no debate, informou em seu Twitter que saiu ileso do atentado.
- Dispararam do lado de fora. Tinham o mesmo objetivo que o ataque à Charlie Hebdo, mas não conseguiram entrar - informou, ainda, contatado enquanto estava no interior do prédio.
Ele se referia ao ataque jihadista de janeiro contra a revista satírica Charlie Hebdo, que, em 7 de janeiro, sofreu a invasão de dois islamitas, que mataram 12 pessoas, entre elas importantes cartunistas do país, com o objetivo de "vingar o profeta Maomé".
AFP