- Nossa aflição é constante. Cada vez que encontram um corpo na Zona Sul, o coração dispara.
A frase de Elizete Souza Gonçalves, 31 anos, narra o drama que a família vive desde dezembro de 2013, quando a irmã dela, Eliane de Souza Gonçalves, 36 anos, desapareceu do Bairro Restinga. Mas o sentimento cabe a quase duas mil famílias de Porto Alegre que, desde o ano passado, vivem mesmo drama.
- Lutamos contra o esquecimento, contra a má vontade e contra toda uma burocracia - desabafa.
Ao menos no papel, Elizete pode renovar as esperanças. Foi sancionada pelo governador, no dia 22 de janeiro, a lei que estabelece a política estadual sobre desaparecidos. Entre as medidas previstas no projeto do ex-deputado Aldacir Oliboni (PT), estão a necessidade de estrutura específica na Polícia Civil para investigar casos e, ainda, a criação de cadastro único, com acesso público às informações.
Rio Grande do Sul
Nova lei prevê prioridade para investigar casos de desaparecimento
Lei que obriga o Estado a criar estrutura própria para investigação de desaparecimentos foi publicada. Realidade estrutural precária, porém, mostra que isso está distante