Em depoimento concedido em acordo de delação premiada, Pedro José Barusco Filho, ex-gerente de engenharia da Petrobras, afirmou que o PT recebeu até US$ 200 milhões de propina da Petrobras. O valor teria sido retirado dos 90 maiores contratos da estatal, entre 2003 e 2013. O depoimento foi prestado em 20 de novembro de 2014 e veio à tona somente nesta quinta-feira. As informações são da Folha de S. Paulo.
Ao vivo: acompanhe informações da nova fase da Operação Lava-Jato
Duque e mais cinco detidos têm prisão preventiva decretada
Advogado diz que ex-diretor da Petrobras não fará delação premiada
Conforme a publicação, o delator teria dito ainda que João Vaccari Neto, tesoureiro do PT, teve participação no recebimento do dinheiro. Segundo Barusco, o petista teria ficado, até março de 2013, com US$ 4,5 milhões.
- Essa combinação envolveu o tesoureiro do Partido dos Trabalhadores, João Vaccari Neto, o declarante (Barusco) e os agentes de cada um dos estaleiros, que deveria ser distribuído o percentual de 1% posteriormente para 0,9% - declarou Barusco.
Conforme o delator, desse 1% sobre o valor dos contratos, dois terços iam para Vaccari, um terço para a "Casa 1" e "Casa 2". A "Casa 1", segundo Barusco, seria o termo usado para "o pagamento de propina no âmbito da Petrobras, especificamente para o diretor de Serviços Renato Duque e Roberto Gonçalves, o qual substituiu o declarante na gerência executiva da Área da Engenharia".
A "Casa 2" referia-se "ao pagamento de propinas no âmbito da Setebrasil, especificamente para o declarante, João Carlos de Medeiros Ferraz, presidente da empresa e, posteriormente, também houve a inclusão de Eduardo Musa, diretor de participações da empresa.
Duque e Vaccari já negaram, por diversas vezes, participações no esquema da estatal. O tesoureiro do PT prestou depoimento à PF, na manhã desta quinta-feira. O assunto, conforme a polícia, seriam as doações legais e ilegais feitas ao partido. O conteúdo do depoimento ainda não foi divulgado.
Os fatos que marcaram a operação: