Os donos de uma boate em Montenegro, no Vale do Caí, foram presos por exploração sexual de uma adolescente de 17 anos. O casal foi flagrado explorando a menina na noite de quarta-feira, no estabelecimento localizado às margens da rodovia Iraí-Canoas (BR-386).
A prisão em flagrante foi resultado de uma ação da Polícia Rodoviária Federal (PRF) contra a exploração sexual de crianças e adolescentes, que inclui a fiscalização de boates às margens das rodovias. Por volta das 22h30min, quando entraram na boate Chaparral, no km 416 da rodovia, os policiais encontraram uma adolescente em situação de exploração sexual.
Apesar de parecer mais nova, a menina apresentou documentos em que teria mais de 18 anos. Os policiais desconfiaram e decidiram pesquisar nos sistemas da PRF. Descobriram que a menina tem 17 anos: na verdade, usava documentos da irmã mais velha.
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As anotações encontradas em um caderno apreendido pela polícia no estabelecimento mostravam que a menina tinha que atender sexualmente os clientes da boate. Além de ser explorada, a adolescente estava consumindo cerveja no local. O casal responsável pelo estabelecimento foi preso em flagrante e encaminhado à delegacia de Polícia Civil de Montenegro.
Conforme o delegado Paulo Ricardo Costa, os donos da boate devem responder pelos crimes de rufianismo (tirar proveito financeiro da exploração sexual, participando do total ou de parte dos lucros) e fornecimento de bebidas alcoólicas a menores de 18 anos, cujas penas máximas, somadas, podem chegar a 10 anos de prisão. Antonio Genesio Cesar do Prado, 39 anos, e Vera da Costa Silva Alves, 31 anos, foram encaminhados à Penitenciária Modulada de Montenegro.
O casal preferiu permanecer em silêncio durante o depoimento, mas afirmou informalmente à polícia não terem conhecimento que a adolescente tinha 17 anos. No entanto, segundo o delegado, as anotações no caderno apreendido no local mostram que eles se referiam à menina usando o nome verdadeiro - e não o da irmã, que tem mais de 18 anos, como no nos documentos que ela apresentou.
Polícia investigará aliciadores de adolescentes para a exploração sexual
Em depoimento, a adolescente relatou à polícia que foi aliciada para trabalhar na boate. Ela teria dito ao aliciador que "não tinha idade suficiente", mas ele teria respondido que "dariam um jeito".
A menina trabalhava há cerca de um mês na Chaparral, mas relatou já ter atuado em outras boates anteriormente. Devido a informação, a polícia investigará a atuação de aliciadores de adolescentes para exploração sexual na região.
Este foi o primeiro caso do crime flagrado pela PRF nos últimos três anos. A polícia fiscaliza mensalmente pontos classificados como sensíveis à exploração sexual localizados às margens das rodovias.