Uma manifestação de categorias por reajuste salarial pode atrasar pelo menos 12 voos nacionais que partem do Aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre, na manhã desta quinta-feira. Em protesto ao não atendimento de suas reivindicações, aeroviários e aeronautas prometem realizar uma operação padrão entre 6h e 7h.
De acordo com o Sindicato dos Aeroviários, os trabalhadores irão normalmente para o aeroporto, mas farão suas atividades lentamente, seguindo à risca os procedimentos determinados - alguns deles "atropelados" ou negligenciados em dias de grande movimento. A ideia é mostrar o impacto do serviço sobre a rotina dos aeroportos e pressionar as empresas aéreas para uma nova negociação.
- Vamos estar trabalhando, mas em um ritmo muito reduzido. Tentamos de todas a maneiras causar o mínimo de prejuízo para as pessoas, anunciando com antecedência - diz o secretário-geral do sindicato, Leonel Montezana.
Nesta quarta-feira, foram distribuídos panfletos no aeroporto avisando da operação. Pilotos, comissários de voo, agentes de check in devem participar do ato, que pode provocar um "efeito cascata", atrasando outros voos e conexões em diferentes aeroportos. A ideia dos trabalhadores é executar atividades como o check in e a vistoria das aeronaves em ritmo lento, revisando "os mínimos detalhes".
Segundo a Infraero, em caso de paralisação dos trabalhadores será colocado em prática um plano de contingência semelhante ao utilizado na alta temporada e em grandes feriados, como o Carnaval. Nesse caso, haverá um gerenciamento especial da estrutura e organização do posicionamento das aeronaves, para que os usuários sejam impactados o mínimo possível. Nos terminais, os passageiros poderão se informar sobre a operação.
O Aeroporto Salgado Filho trabalha com uma média de 200 voos diários, entre pousos e decolagens. Conforme a Infraero, passam pelo local, diariamente, entre 22 e 25 mil passageiros.
Para o Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias (Snea), que se manifestou via assessoria de imprensa, a operação padrão anunciada pelas duas categorias está sendo encarada apenas como uma "ameaça", e nenhuma mobilização especial estaria prevista para esta quinta-feira.
Na última reunião com os trabalhadores, realizada na sexta-feira, a entidade propôs 6,5% de reajuste, enquanto as categorias reivindicam 8,5%. O encontro terminou sem acordo entre as partes.
Segundo o Snea, não há previsão de novas negociações para os próximos dias. Na tarde de quinta-feira, o os trabalhadores farão uma assembleia para avaliar o impacto da operação e definir os próximos passos.
Veja algumas reivindicações dos trabalhadores:
- 8,5% de reajuste nos salários e nos pisos
- Criação de piso para agente de check-in
- Seguro de vida de 13 mil
- Cesta básica de R$ 326,67
- Creche e/ou escola de educação infantil para filhos de aeroviários e aeroviárias.
- Regularização das horas extras dos aeroviários
*ZERO HORA