Fundo ajudará organizações que trabalham com a aids
O Rio Grande do Sul ainda tem de avançar muito para deixar de figurar entre os estados onde a aids é mais comum no país. Além de seguir na liderança no número de novos casos, o Estado registrou no último ano o dobro da taxa de mortalidade envolvendo o vírus no país.
Conforme dados do Boletim Epidemiológico HIV-Aids 2014, divulgado pelo Ministério da Saúde na tarde desta segunda-feira, foram registradas 11,2 mortes relacionadas ao HIV para cada 100 mil pessoas no Estado em 2013. Em todo o país, foram 5,7 casos para cada 100 mil habitantes. Nos últimos 10 anos, segundo a pesquisa, o país registrou uma queda de 13% nas mortes envolvendo o HIV.
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O estudo também mostrou que houve um estabilidade na detecção aids no país, que foi de 20,4 casos a cada 100 mil habitantes. Entre os estados, o Rio Grande do Sul segue na liderança no número de detecções, com um índice duas vezes maior que a média nacional: 41,3 casos para cada 100 mil pessoas.
- Temos uma estabilidade nos dados do país, mas é preciso trabalhar questões locais como a do Rio Grande do Sul - afirmou o ministro da Saúde, Arthur Chioro.
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Na detecção de casos em crianças menores de cinco anos - quando as mães transmitem o vírus aos filhos, chamada de transmissão vertical - houve uma queda de 35,7% no número de casos nos últimos 10 anos no país. Em 2004, foram registradas 4,2 crianças menores de cinco anos com HIV para cada 100 mil habitantes, enquanto em 2013 o número caiu para 2,7.
Embora a transmissão de mãe para filho possa ser evitada, o Rio Grande do Sul também lidera o ranking nacional de casos em crianças, com o dobro da taxa registrada no país: 6,2 casos para cada 100 mil pessoas.
Na população jovem, de 15 a 24 anos, o número de casos aumentou. Enquanto em 2004 foram registrados 9,6 soropositivos dessa faixa etária para cada 100 mil habitantes, em 2013 foram 12,7 casos, um aumento de 33%.
Durante a coletiva, o Ministério da Saúde também lançou o Fundo Nacional de Sustentabilidade às Organizações da Sociedade Civil (Fundo Posithivo), que tem como meta arrecadar recursos da iniciativa privada para financiar projetos de instituições que trabalham com a aids. Conforme o órgão, existem cerca de 350 organizações da sociedade civil (OSCs) que atuam com DST, aids e hepatites virais no Brasil.
A Fundação de Amparo à Pesquisa e à Extensão Universitária (Fapeu) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) ficará responsável pelo gerenciamento do fundo nos primeiros três anos.
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