Conforme o Delegado Wagner Dalcin da Polícia Civil foram indiciados por formação de quadrilha as funcionárias da clínica de aborto que funcionava em Porto Alegre: Jacinta Maria Hammes, Ivone Cabral de Souza, Loeci Cabral de Souza, Jean Fabrício Silva e Raquel Cristiani Silva da Silva. As mulheres trabalhavam dentro da clínica localizada no bairro Floresta em Porto Alegre e auxiliavam no procedimento operatório. Já, o homem atuava como segurança e agenciador do local, ou seja, encaminhava as gestantes até o quarto onde era feito o aborto.
Já, Raquel Cristiani Silva da Silva, responsável pela venda dos remédios abortivos tanto nas redes sociais, como em uma casa na Zona Sul de Porto Alegre, foi indiciada por venda ilegal de medicamento, formação de quadrilha e tentativa de provocar aborto.
A Polícia também descobriu que Jacinta Maria Hammes chegou a ter duas clínicas ginecológicas com Ivone Cabral de Souza. Cinco pessoas vão responder o inquérito na prisão. A investigação foi remetido para a Segunda Vara do Juri. A clínica chegava a fazer até cinco abortos por dia. Cada procedimento custava R$ 5 mil.
Investigação
Durante cinco meses, a reportagem da Rádio Gaúcha investigou uma rede de médicos, enfermeiros, agenciadores e seguranças que chegavam a realizar até cinco abortos por dia em uma clínica em Porto Alegre. Durante a apuração, a reportagem constatou que essas pessoas atuavam dentro de uma organização criminosa, formada por núcleos na Capital gaúcha e também em São Paulo.
Agenciadores encaminhavam pacientes para a clínica, no Bairro Floresta, e também comercializam medicamentos abortivos para vários estados do Brasil. A reportagem entregou as provas para a polícia, que cumpre busca e apreensões nesta quarta-feira.
De acordo com a Secretária Estadual da Saúde, apenas neste ano 5.343 mulheres buscaram atendimento médico por complicações decorrentes de abortos espontâneos e ilegais.