Impedida judicialmente de dispensar cerca de 1 mil funcionários, sob pena arcar com multa de R$ 100 milhões, a Iesa Óleo e Gás não tem recursos para enfrentar a situação.
A empresa tinha intenção de começar nesta segunda-feira a rescindir contratos com empregados da montagem de módulos para plataformas, em Charqueadas. No domingo, terminou o prazo para que seu controlador, o Grupo Inepar, apresentasse o plano de recuperação judicial que daria sobrevida aos negócios.
Empresas gaúchas temem calote da Iesa em contratos do polo do Jacuí
Como a operação Lava-Jato pode afetar a economia do Rio Grande do Sul
No sábado, a juíza Lila França determinou a suspensão das dispensas e a manutenção dos trabalhadores em licença remunerada até que Iesa, Petrobras e Tupi BV negociem as rescisões com o sindicato, com mediação do Ministério Público do Trabalho (MPT), e apresentem "alternativas viáveis à recolocação da mão de obra".
Prefeito estuda decretar estado de calamidade
O Sindicato dos Trabalhadores Metalúrgicos da cidade tem dúvidas de como a empresa fará para arcar com as rescisões. Diretor financeiro da entidade, Luis Wolff esteve na audiência realizada no MPT com um representante da empresa. Ficou com a impressão de que a falência é inevitável:
- Para pagar rescisões eles contam com termo aditivo de R$ 20 milhões a ser pago pela Petrobras.
Prefeito de Charqueadas, Davi Souza avalia que a solução para o impasse está na estatal.
- Acredito que a Petrobras irá pagar e que os funcionários dispensados não vão sair sem as rescisões - diz Souza, que poderá decretar estado de calamidade pública na cidade após a confirmação das demissões.
Funcionários da Iesa marcaram uma vigília em frente à fábrica, em Charqueadas, para esta segunda-feira, a partir das 7h.
* Zero Hora