O Brasil vai expandir seu ensino oficial de idiomas para além do inglês - e a oferta não será restrita somente aos brasileiros. O Ministério da Educação (MEC) deve anunciar em breve um novo programa para auxiliar os acadêmicos que desejam estudar no Exterior e aprender outras línguas: o Idiomas sem Fronteiras. O objetivo é melhor preparar os universitários que optem por deixar o país para estudar fora com bolsas do governo, e evitar casos de alunos que vão para universidades estrangeiras e, por falta de proficiência, são obrigados a voltar.
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Será também oferecido um projeto para atrair mais estudantes para o Brasil, segundo o secretário de Educação Superior do MEC, Paulo Speller. O Português sem Fronteiras, com previsão de lançamento para 2015, chega com a proposta de atrair mais alunos estrangeiros - um parte importante do processo de internacionalização do Ensino Superior que ainda tem números tímidos no país.
Com o Idiomas sem Fronteiras, o MEC pretende preparar mais estudantes para aprender em uma variedade maior países no Exterior. Durante as primeiras etapas do Ciência sem Fronteiras, lançado em 2011, a busca por bolsas em Portugal superou todas as demais: sem exigir exame de proficiência dos brasileiros, o território lusitano se tornou o principal destino dos estudantes de graduação. O país acabou excluído do programa, e hoje instituições americanas e britânicas dividem com a preferência nacional.
Espanhol e francês devem ser lançados ainda em 2014
O anúncio foi feito nesta quarta-feira pelo secretário de Educação Superior do MEC perante uma plateia internacional. Representantes de universidades do Reino Unido se reuniram com autoridades acadêmicas na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) para debater a qualidade e excelência na educação superior, em busca também de uma parceria bilateral para financiar um número maior de pesquisas e atrair mais estudantes de ambas as partes. A internacionalização, processo já em voga nas principais universidades nacionais, era a principal pauta do dia.
- Está tudo pronto para o lançamento dos cursos de francês e espanhol dentro do Idiomas sem Fronteiras, e já recebemos também demandas da Alemanha, Itália e China - garantiu Paulo Speller.
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Conforme Speller, a etapa inicial das aulas de espanhol e francês oferecidas pelo governo deve ter início ainda neste ano, e as demais línguas - inclusive o português para estrangeiros - têm previsão de início em 2015. Os cursos devem funcionar como o Inglês sem Fronteiras, com a proposta de melhorar o ensino de línguas nas universidades, inclusive aplicando testes de proficiência para qualificar os alunos a estudar fora do país.
Pelo Ciência sem Fronteiras - que deve oferecer 101 mil bolsas de estudo até 2015 -, os estudantes que não dominam a língua do país para onde serão enviados têm direito a aulas do idioma ao longo de seis meses, em tempo integral. Com o novo programa, a ideia é ampliar o ensino para alunos que ainda não garantiram uma bolsa, mas tenham o objetivo de estudar em um país cuja língua principal não seja o inglês nem o português.
* Zero Hora