Álvaro Andrade
Enviado Especial a São Borja
Em 24 horas, o número de pessoas atingidas pela cheia do rio Uruguai dobrou em Itaqui, na Fronteira Oeste do Rio Grande do Sul. Segundo a Defesa Civil municipal, são mais de 300 pessoas fora de casa. Em Uruguaiana e São Borja também aumentou o número de afetados pela cheia, totalizando mais de 1800 pessoas fora de casa nos três municípios de fronteira com a Argentina. A tendência é que o nível do rio, que, nesta segunda-feira (30), aproximou-se de 16 metros em São Borja, continue subindo ao longo da terça-feira (01).
Nos municípios do Norte e do Noroeste, as águas recuaram e muitos moradores começaram o trabalho de limpeza, embora as autoridades preguem cautela, devido a previsão de novas chuvas no final da semana. Em Porto Mauá, que teve parte da área urbana tragada pelo Rio Uruguai, o leito recuou cinco metros. Tanto ali, como em Porto Xavier, a travessia de balsa para a Argentina continua suspensa e só poderá ser retomada quando o nível chegar a nove metros acima do normal. Cidades da Argentina também sofrem as consequências da enchente.
Remoções foram intensificadas nesta segunda-feira
Ao longo de todo dia, caminhões do Exército, e da prefeitura, circularam nos três bairros afetados pela enchente do Rio Uruguai em Sao Borja. A Defesa Civil recebeu mais de 40 chamados de famílias que perceberam a aproximação das águas e resolveram sair de casa. Equipes da Assistência Social atuam no convencimento de moradores de bairros carentes que relutam em deixar a casa para trás.
A família de José Ricardo Mendes optou por colocar sofá, roupeiros e geladeira debaixo de uma lona, a cerca de 50 metros da casa já alagada. "Conforme o rio sobe, vamos levando as coisas mais pra cima", resigna-se Mendes. Os assistentes sociais também fazem um cadastro de necessidades dos moradores para posterior entrega de donativos, como roupas e alimentos.