A educação de Campo Bom, na Região Metropolitana, está em festa. Mesmo sem troféus em mãos, os professores finalistas do prêmio Microsoft Educadores Inovadores tiveram recepção calorosa no aeroporto Salgado Filho e desfile no caminhão dos Bombeiros na cidade de origem. Tudo isso após participarem, pelo terceiro ano seguido, do evento que reúne os melhores e mais criativos projetos educacionais do mundo.
Vanessa Müller, Cleiton Backes e Margarida Telles chegaram de Barcelona, na Espanha, na manhã deste domingo. Os dois primeiros coordenam, na escola Santos Dumont, os projetos Peri e UpDown; Margarida está à frente do EcoAção, na escola 25 de Julho. As duas instituições são municipais - o que, segundo eles, derruba o mito de que o ensino público é ruim ou desafado.
- Com esse reconhecimento, a gente chega à conclusão de que está no caminho certo. Em Campo Bom, temos a liberdade de experimentar novas ideias, sair do currículo tradicional. Isso é muito interessante - diz Margarida, certa de que ser finalista já é prêmio.
Ela conquistou o segundo lugar mundial em 2012, na categoria Inovação em Comunidade - Aprendizagem Além da Sala de Aula, em evento realizado em Praga, na República Tcheca: a única representante da América Latina premiada no concurso.
De acordo com ela, a possibilidade de estar em contato com 265 professores de mais de 80 países, alguns com realidades bem diferentes da brasileira, é mais que apenas aprendizado: é fonte de energia.
- A gente está com todo o gás para reiniciar o ano letivo.
Ao acompanhar o cortejo aos professores, que sobre o caminhão circularam pela cidade, sob aplausos e gestos de vitória, a secretária de Educação e Cultura do município afirmou, com orgulho:
- Pra nós, eles são os grandes campeões de Campo Bom. Mesmo sem uma premiação na final da Microsoft, são referências para o Brasil e para o mundo.
Conheça os projetos:
Peri: Alunos do 6º ano organizam levantamento de todas as casas ribeirinhas ao arroio Peri, com o propósito de alertar os moradores em caso de ameaça de enchente. Além da observação em si, utilizam tecnologias como GPS para mapear os pontos críticos do curso dágua. Através de mensagem de texto, os participantes do projeto se comunicam com os moradores, criando um vínculo entre escola e comunidade.
UpDown: O objetivo, neste projeto, é produzir webnovelas colaborativas, em que todos os alunos participam de todas as etapas do processo. Iniciado em 2012, conseguiu incentivar o talento de alunos e professores na atividade de contraturno escolar, fazendo-os interagirem em diversas fases da produção como atores, roteiristas, editores e contrarregras.
EcoAção: Aprender sobre o meio ambiente e cuidar da natureza são atividades que fazem parte do cotidiano dos jovens que participam deste projeto. Os alunos estudam a fauna e a flora do local e abordam questões como o reaproveitamento de lixo. A Educação Ambiental aliada às Tecnologias de Informação e Comunicação ajudam os estudantes com dificuldades de aprendizagem e auxiliam as saídas de campo até o Rio dos Sinos, onde eles registram - com tablets, smartphones e câmeras fotográficas - imagens e as publicam nas redes sociais, também estreitando laços com a comunidade local.