A sessão do Supremo Tribunal Federal (STF) foi suspensa na tarde desta quarta-feira em razão de um alerta de segurança de que haveria risco de sem-terras invadirem a Corte. O ministro Ricardo Lewandowski afirmou que a sessão seria retomada em menos de meia hora.
Os sem-terras estão reunidos em frente à Esplanada dos Ministérios e houve confronto entre manifestantes e a Polícia Militar.
Integrantes do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) protestaram por mais de duas horas, nesta quarta, no saguão da portaria principal do Ministério da Educação (MEC). Os sem-terra, estimados em 750 pelo MST e em 300, pelo MEC, chegaram ao prédio, na Esplanada dos Ministérios, por volta das 10h e saíram ao meio-dia.
Eles entregaram ao ministro da Educação, José Henrique Paim, uma carta em que pedem a abertura de mais escolas no campo, melhor transporte escolar e merenda para os alunos, entre outras demandas.
- Nos últimos dez anos, foram mais de 37 mil escolas fechadas, e o ministério não tem feito nada. As escolas em funcionamento e o transporte escolar estão em situação muito precária. Há necessidade de uma política de educação no campo verdadeira - destacou Alessandro Mariano, um dos coordenadores do setor de Educação do MST.
Paim disse que o MEC também está preocupado com o fechamento das escolas no campo:
- Temos a mesma preocupação que vocês com a questão do fechamento de escolas. Tanto é assim que já mandamos ao Congresso Nacional projeto de lei, aprovado na Câmara e agora tramitando no Senado, instituindo critérios mais rigorosos para o fechamento de escolas. É preciso ouvir a comunidade para o fechamento de escola.
De acordo com Paim, o Ministério da Educação vai solicitar ao Senado que aprove, o mais rapidamente possível, a lei que impõe como condição para o fechamento das escolas a consulta à comunidade.
- Seria muito importante que vocês fossem ao Senado pedir a votação de tal lei. Todas essas demandas pela construção de escolas e melhora do transporte escolar são compromissos do ministério - destacou.