A Câmara Municipal de Porto Alegre irá atuar como interlocutora do impasse entre rodoviários e empresários. O intuito será ajudar no processo de negociação, para por fim à greve, que já dura três dias consecutivos na Capital.
O presidente da Casa, professor Garcia, reuniu-se na tarde desta sexta-feira com dois grupos de dirigentes rodoviários, em dois encontros contínuos. O primeiro foi o chamado "comando de greve", que tem como proposta voltar ao trabalho imediatamente desde que as catracas estejam liberadas.
Após, o presidente do sindicato dos rodoviários, Júlio Gamaliel, disse à Garcia que pretende obedecer a medida cautelar da magistrada Ana Luiza Heineck Kruse, do Tribual Regional do Trabalho (TRT), para voltar a circular com os coletivos nas ruas, com um prazo de oito a 12 dias para a negociação. Segundo Gamaliel, caso não haja acordo nesse período, a greve retornaria.
- Preciso ouvir todas as partes, incluisive, os patrões, para buscar uma solução - afirmou professor Garcia.
Ele aguarda ligação dos dirigentes para saber os detalhes discutidos na assembleia dos rodoviários, que começou por volta das 18h30min.
- Eu entendo que esse assunto tem que ser discutido em um âmbito nacional. O transporte público no Brasil deve ser subsidiado pelo governo federal, como nas cidades que tem metrô, por exemplo - desabafou Garcia.
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Reivindicações
A greve foi definida em assembleia da categoria na última quinta-feira. Os rodoviários querem 14% de aumento, reajuste do vale-alimentação de R$ 16 para R$ 20 e manutenção do plano de saúde, sem desconto no salário. Porém, as empresas oferecem 5,56% (reposição integral da inflação no ano, segundo o INPC) e querem coparticipação financeira dos empregados no plano de saúde.