Por volta das 7h desta quarta-feira, mais um protesto em razão da demarcação de terras indígenas parou estradas no interior do Estado. Na entrada de Sananduva, próximo ao quilômetro 109 da ERS-126, cerca de 200 agricultores paralisam a via, liberando a passagem a cada 30 minutos.
A Brigada Militar e a Polícia Rodoviária Estadual (PRE) de Coxilha acompanham a manifestação. Segundo a PRE, o trânsito estava fluindo, pois a via não registra grande movimento.
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A manifestação reune agricultores de toda a região Norte, que cobram do Governo Federal e do Ministério da Justiça, uma solução para o problema que a cidade enfrenta devido à demarcação das terras. Segundo Vânia Caldato, coordenadora do Movimento SOS - Agricultura Familiar Pede Socorro, tudo está ocorrendo como previam.
- Não estamos obrigando ninguém a parar. Aos carros que param, explicamos a nossa situação e o motivo da paralisão na estrada. Quando liberamos a via, esperamos que todos os veículos passem, depois bloqueamos novamente - explicou Vânia.
De acordo com Julio Pez, organizador do Movimento Acorda Sananduva, tudo ocorrerá pacificamente, o que sempre foi a intenção dos envolvidos:
- Não queremos confusão. Somos trabalhadores e sabemos a importância de fazermos isso. A principal intenção é resolver tudo de forma pacífica, para evitar que no futuro não seja, o que é a tendência. Pessoas que perderem tudo o que conquistaram ao longo da vida não conseguem agir de maneira pacífica.
A previsão é de que a paralisação siga até as 17h, quando os agricultores seguirão até o centro da cidade, em frente ao cartório do município onde, segundo Pez, o objetivo será as escrituras das terras, que estão sendo invalidadas pelo Governo Federal.
Em Passo Fundo, agricultores protestaram em frente à sede da Funai
Paralelo ao bloqueio da ERS-126, cerca de 100 pessoas bloquearam a entrada do prédio da Fundação Nacional do Índio (Funai) em Passo Fundo. Das 7h às 10h, os agricultores impediram a passagem de funcionários. De acordo com Jair Rodrigues, presidente da Associação de Produtores Rurais de Pontão e vice-presidente do Sindicato Rural de Passo Fundo, o ato teve o objetivo de marcar uma reunião com Roberto Perin, novo coordenador da Funai na cidade.
Segundo Rodrigues, Perin não aceitou que o encontro fosse marcado na sede da Funai e, em conversa com o prefeito de Pontão Nelson Grasselli, que estava presente no ato, sugeriu que a reunião acontecesse na Polícia Federal - os agricultores não aceitaram.
Zero Hora entrou em contato com Perin, que afirmou estar aberto para conversas, mas de maneira organizada:
- Eu estava retornando de uma viagem de trabalho quando me ligaram relatando o que estava acontecendo. Falei para o prefeito que eu não trabalho sob pressão, se querem conversar comigo devem organizar uma comissão. Eu sou técnico da Funai, não sou político e não fico em cima do muro. O meu trabalho é em defesa dos índios.
A reunião entre os agricultores e o coordenador da Funai ainda não foi agendada, mas deve acontecer na sexta-feira.
O ato durou cerca de três horas
Foto: Rosângela Borges/Divulgação
Cerca de 100 agricultores bloquearam a entrada da Funai em Passo Fundo
Foto: Rosângela Borges/Divulgação