Cerca de 600 manifestantes percorreram a Avenida Rio Branco, no centro do Rio de Janeiro, em silêncio, nesta quinta-feira. A maioria com mordaças na boca, em protesto principalmente contra a repressão policial e a prisão de ativistas em outras manifestações.
O ato foi pacífico, mas isso não impediu que, mais uma vez, comerciantes baixassem as portas à medida que o grupo passava, em tom de marcha fúnebre. O ato, chamado de Grito da Liberdade, foi convocado em redes sociais por meio de um vídeo que teve a participação de atores e atrizes como Wagner Moura, Mariana Ximenes, Marcos Palmeira, Camila Pitanga e Guta Stresser, entre outros. Poucos dos que participaram da gravação foram à manifestação, entre eles o poeta Chacal, as atrizes Leandra Leal e Teresa Seiblitz, o ator Luís Henrique Nogueira e o professor de Direito Adriano Pilatti.
- Nunca vi a Rio Branco com este silêncio ensurdecedor. Em vez da política do medo que os governos pensam que estão conseguindo impor, é preciso escutar o que esses jovens têm a dizer - disse Pilatti. Black Blocs formavam um cordão humano à frente do grupo. O único princípio de tumulto ocorreu quando PMs tentaram deter um dos manifestantes que usava mordaça, argumentando que ele estaria mascarado. Houve protesto e ele foi liberado.
O ato começou em frente ao Fórum e seguiu até a Candelária, em clima festivo, com uma banda tocando ao vivo, e depois o tom mudou na Rio Branco. O grupo seguiu até a Cinelândia, acompanhado por centenas de policiais. Estava previsto um ato final em um galpão na Lapa. Faixas pela libertação de manifestantes presos foram estendidas no alto dos Arcos da Lapa.