Grupos de amigos, violões, vozes, velas, isqueiros e lanternas deram forma à segunda edição da Serenata Redenção Iluminada, que iniciou às 19h deste sábado, no Parque Farroupilha, em Porto Alegre. Por trás do som e da luz, uma reflexão para o uso dos espaços públicos de Porto Alegre, principalmente as praças.
Resultado de uma causa cadastrada pela arquiteta Renata Beck no PortoAlegre.cc - plataforma digital que reúne discussões para provocar melhorias na cidade - a primeira edição do evento reuniu 2 mil pessoas. Ele foi realizado na Redenção e, por meio da confraternização, chamou atenção para a iluminação e a segurança no período noturno.
Para a segunda edição, quase 10 mil pessoas confirmaram presença na página do evento no Facebook. Domingos Secco Júnior, um dos organizadores da Serenata, afirma que é impressionante o movimento e a vibração das pessoas.
- A gente colocou a ideia e a população aderiu. Um amigo foi chamando o outro. Então é totalmente descentralizado - explica Júnior.
Ele alerta para o fato de que muitas pessoas deixam de frequentar praças, inclusive as que estão bem iluminadas, por causa da violência. O objetivo do encontro é inibir isto e criar um clima diferente.
Daniel Bittencourt, também um dos organizadores, comenta que o grande avanço do primeiro para o segundo ano de evento não é apenas o número de pessoas reunidas.
- Cada um está nutrindo esse sentimento de felicidade de poder perceber que a cidade respira e tem uma resposta para uma ocupação cidadã. Ela é contrária ao crime e a insegurança que nos cerca - acrescenta Bittencourt.
A Serenata Redenção Iluminada é o ponto de partida para o debate sobre o novo Código de Convivência Urbana da cidade. A lei 75 está sendo discutida pela população e pela Constituinte do Cotidiano.