O ex-seminarista Gil Rugai, 29 anos, condenado na sexta-feira passada pela morte do pai e da madrasta em 2004, desistiu de cursar Biomedicina na Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA), na Capital.
Conforme a assessoria de imprensa da UFCSPA, o jovem encaminhou nesta terça-feira, por e-mail, o pedido de cancelamento da matrícula no curso. Procurado pela reportagem, o advogado de Rugai, Marcelo Feller, não foi encontrado.
Gil Rugai conquistou a vaga no curso de Biomedicina da UFCSPA pela nota no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), constando na lista de ingressantes pelo Sistema de Seleção Unificada (Sisu), divulgada em janeiro. Na segunda-feira, a universidade confirmou que ele fez a matrícula, mas não havia comparecido ao primeiro dia de aula.
O ex-seminarista recebeu, na sexta-feira passada, a sentença de condenação por 33 anos e nove meses de prisão pelo crime de duplo homicídio qualificado por motivo torpe. Porém, poderá recorrer em liberdade, de modo que poderia frequentar as aulas sem qualquer impedimento jurídico, desde que comunicasse a Justiça sobre a mudança de endereço.
O jovem já morou no Rio Grande do Sul em 2008, quando fez cursinho em Santa Maria para tentar vestibular de Medicina na Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Na época, ele foi preso por ter mudado de endereço sem avisar a Justiça. Um ano depois, chegou a ser aprovado na primeira fase do vestibular da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj). Em 2011, também se classificou como 1º suplente em Biomedicina na Universidade Federal de Alfenas (Unifal), em Minas Gerais, e ficou em lista de espera na Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio).
O publicitário Luis Carlos Rugai e sua mulher, Alessandra de Fátima Troitiño, foram assassinados na mansão onde moravam no Pacaembu, na zona oeste de São Paulo, no dia 28 de março de 2004. Gil Rugai, filho de Luis Carlos, foi acusado pela polícia de ter matado o casal porque havia desviado R$ 100 mil da empresa do pai e sido afastado dos negócios. Na sexta-feira passada, após cinco dias de julgamento, o jovem foi sentenciado a 18 anos e nove meses de prisão pelo parentesco consanguíneo e mais 15 anos pela morte da madrasta. A defesa vai recorrer.
Entenda o caso: Ex-seminarista acusado de matar pai e madrasta vai a julgamento