Se a ideia é angariar seguidores em todas as nações, nada mais justo do que ter estrangeiros entre nós.
Vai mais ou menos por aí a proposta da Jornada Mundial da Juventude (JMJ), evento que trará o Papa Bento XVI ao Rio, entre 23 e 28 de julho, e deve reunir cerca de 2 milhões de fiéis em uma missa campal nas areias de Copacabana.
Antes da celebração com o líder máximo da Igreja Católica, porém, os jovens peregrinos participarão de pré-jornadas em dioceses espalhadas por todo o Brasil - o que inclui as 18 do Rio Grande do Sul. A semana missionária por aqui irá de 16 a 20 de julho, e o clima já é de expectativa para receber os visitantes. O grande momento local será o Dia na Diocese, ainda sem data definida. Trata-se de uma programação com atividades culturais, como apresentações folclóricas, para exibir a cultura gaúcha.
O problema é que, por enquanto, ainda não se sabe quantos estrangeiros serão acolhidos no Estado. Conforme o padre Alexandre Silveira Chaves, um dos organizadores da jornada na Arquidiocese de Porto Alegre, a Infraero informou capacidade para comportar até 22 mil pessoas desembarcando no Estado pelos aeroportos de Porto Alegre e Caxias do Sul.
Antes de entrarem no avião, porém, os interessados têm de definir em qual diocese farão a semana missionária - cada localidade terá um site especial alojado dentro da página da JMJ, informando as condições para participação (em alguns casos, pode haver cobrança de inscrição). Vendo assim, parece um processo complicado. Mas o padre Chaves explica:
- É muito comum fazer a semana missionária antes do evento principal.
Ou seja: quem pretende ir ao Rio passará, antes, por outro lugar do Brasil. Aconteceu assim na última edição da JMJ, em Madri, em 2011, quando um contingente superior a 300 mil jovens - de mais de 135 países - distribuiu-se entre 63 dioceses espanholas para os eventos preparatórios. O padre Chaves esteve por lá e conta a dinâmica da coisa:
- A jornada é um encontro mundial do Papa com os jovens. Ele é aquele que une.
No caso do Rio, o Papa só não terá como resolver a logística. A cidade deverá lotar com os visitantes, e existe certa preocupação com o fluxo de visitantes. Se tudo der certo, eles poderão curtir a missa em Copacabana e, depois, participar de uma vigília em um bairro da periferia. Tudo a ver, segundo o padre Chaves, com o sonho dos jovens missionários que vêm ao Brasil: bater de porta em porta.
Luiza deve ir ao Rio com colegas
Ver o Papa Bento XVI de perto, fazer novos amigos e mostrar aos estrangeiros como é o Brasil. Estes são alguns dos objetivos da estudante Luiza Bozzetto, 14 anos, de Porto Alegre, para a Jornada Mundial da Juventude. Aluna do Colégio La Salle Santo Antônio, ela pretende ir ao Rio acompanhada de outros dois colegas - ainda faltam detalhes para a definição.
Certo é que ela estará grudada no Rio, em Niterói, justamente na semana anterior à jornada. Participará de um encontro internacional lassalista, e isso deve ser decisivo para a presença na Jornada. Se tudo der certo, a menina repetirá experiências com a de um amigo que foi à edição de Madri, em 2011, e até hoje mantém contato com as amizades conquistadas por lá.
- Isso abre a tua cabeça para coisas novas - explica Luiza.