Fomos todos impactados durante a semana com a notícia de que o companheiro Luis Fernando Verissimo estava internado em estado gravíssimo.
Fui para o barbeiro, e a RBS TV confirmou a notícia. Quando dá na televisão, é porque a coisa está feia.
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Estou fazendo a barba e não me sai da cabeça que o Verissimo estava em sérios apuros.
Interessante como a gente fica tomado de afeição por colegas. Essa nossa profissão liga-nos umbilicalmente aos veículos em que trabalhamos. Parece que criamos uma nova família.
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E na minha aflição pelo estado do Verissimo é que pude perceber então como prezo a ele, principalmente prezo-o como cronista, como necessário e imprescindível à imprensa. Eu também estava chocado porque tinha a impressão de que iria morrer antes dele, pelo simples fato de que tinha menos saúde que ele.
Felizmente, com uma certa melhora que o Verissimo teve na UTI, parece que vai acontecer mesmo o que previ: morrerei antes dele.
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O que mais chama a atenção na personalidade do Verissimo é a sua facilidade em escrever talentosamente, enquanto para falar ele se revela quase impotente, difícil arrancar uma frase dos seus lábios.
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Pela tarde, na companhia do governador Tarso Genro, fui ao Hospital Moinhos de Vento, onde ficamos sabendo dos médicos e da Fernanda, filha do Verissimo, que ele já reagia melhor ao tratamento de urgência.
Saímos de lá rezando pelo grande cronista, ele haveria de sair-se bem de mais essa.
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Esta idade de mais de 70 anos é delicada. Os órgãos já estão gastos, qualquer acidente na saúde causa pânico no paciente.
Assim é a vida. Quem passa dos 70 entra na faixa perigosa.
E chamou a atenção a repercussão que a doença do Verissimo teve em todo o país.
De uns tempos para cá, valorizou-se na sociedade o papel dos jornalistas.
E o Verissimo é pedra 90 do jornalismo.